Randolfe rebate Bolsonaro: 'Eu queria vacina! Vocês queriam propina!'
O vice-presidente da CPI da Covid, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AM), rebateu as críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em uma publicação compartilhada no Twitter contra emendas que queriam agilizar a compra de imunizantes contra a covid-19 para o país. Segundo Randolfe, enquanto Bolsonaro queria "propina" ele queria "vacinas".
É lógico que eu queria vacina o mais rápido possível. Salvar vidas, pra gente, não é brincadeira e não é algo que se negocie com intermediários. Queria a Janssen, a Covaxin, a AstraZeneca, a CoronaVac, a Pfizer... Nossa diferença é grande: eu queria vacina! Vocês queriam propina!
Randolfe Rodrigues, senador pela Rede-AM e vice-presidente da CPI da Covid
Bolsonaro compartilhou um vídeo em que Randolfe aparece defendendo a autorização de uso emergencial das vacinas Sputnik V e Covaxin pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). As duas vacinas tinham autorizações de uso em outros países, mas na altura, o Brasil ainda não havia autorizado.
Segundo o presidente, a atitude de Randolfe estava aliada ao presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), e a Renildo Calheiros, irmã do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL). Sem provas, Bolsonaro afirmou que "via emendas" os citados fizeram de "tudo" para que governadores e prefeitos pudessem comprar vacinas "a qualquer preço".
Com o Presidente da República pagando a conta, obviamente
Jair Bolsonaro
Em contrapartida, Randolfe afirmou que a conta é paga pelo "povo brasileiro" e não pelo presidente do país e que fez emendas porque o governo federal não garantiu a compra de imunizantes e "sempre foi contra a vacina".
Nosso trabalho é para garantir que todos tenham acesso às vacinas. Nosso objetivo é salvar vidas! Quem paga a conta não é você, Bolsonaro. É o povo! A única conta de vocês é a propina
Randolfe Rodrigues, senador pela Rede-AM e vice-presidente da CPI da Covid
Em entrevista à CNN na tarde de hoje, Randolfe afirmou que "chega a ser ridículo o tipo de desespero do Presidente da República". O comentário foi feito após o parlamentar ser questionado sobre os ataques feitos nas redes sociais. Randolfe disse que o vídeo publicado por Bolsonaro foi ao ar após ser assinado um contrato superfaturado com a atravessadora Precisa Medicamentos.
O senador também disse que não se sente intimidado e manda um recado para Bolsonaro, ao vivo: "Presidente, pode seguir agredindo. Nós seguiremos te avaliando". Momentos antes, o vice-presidente da CPI citou que não só o presidente como a família dele também tem interesse nos desdobramentos da Comissão Parlamentar de Inquérito.
O filho do Presidente da República, senador Flávio Bolsonaro, comparece nas sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito em que está sendo inquirido os membros da Precisa, sobre essa vacina Covaxin. Talvez tenha alguns interesses, que a CPI está na pista, que devem estar levando a esse desespero reiterado e aumento de tom do Presidente da República
Randolfe Rodrigues, em entrevista à CNN
Aziz foi alvo de discussão sobre vacina
O filho do presidente da república, senador Flávio Bolsonaro comparece nas sessões da Comissão Parlamentar de Inquérito em que está sendo inquirido os membros da Precisa, sobre essa vacina Covaxin. Talvez tenha alguns interesses, que a CPI está na pista, que devem estar levando a esse desespero reiterado e aumento de tom do Presidente da República.
Essa não é a primeira vez que a família Bolsonaro se manifesta contra um parlamentar que tentou acelerar a compra de vacinas para combater a pandemia. Em junho deste ano, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) direcionou críticas a Aziz, Randolfe e Renan Calheiros.
Eduardo Bolsonaro compartilhou um tuíte com um projeto de lei assinado por Aziz que dispensava licitações para agilizar a aquisição de imunizantes aos Brasileiros. O filho do presidente Bolsonaro chamou Aziz de "canalha" e afirmou que a Comissão Parlamentar de Inquérito, no Senado, é a "CPI do Lula" — ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tenha qualquer relação com o colegiado.
Em resposta, Aziz declarou que a emenda tinha como objetivo agilizar a compra de vacinas, diferente do que o governo federal fazia. Omar chamou as negociações da gestão de Bolsonaro de "rifa de propina" e disse que a hipótese sobre esquemas de corrupção ligadas à compra de vacinas superfaturadas está ficando comprovada pelas denúncias que "pipocam na mídia".
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