Maia: Braga Netto deveria ter vergonha de fazer populismo
O deputado federal e ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (sem partido-RJ) diz que não se surpreende com a ameaça às eleições de 2022 que o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, teria encaminhado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de acordo com reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.
Em entrevista ao UOL News, Maia classificou a atitude de Netto como populista por questionar o sistema eleitoral.
"É a prática do populismo, que não questiona eleições via urna, mas as instituições. Essa é a prática, agora, sendo utilizada pelo comandante maior do Ministério da Defesa, que deveria ter vergonha do que está fazendo e representando nesse momento da vida política brasileira", disse.
O parlamentar afirmou que as instituições democráticas não podem aceitar esse tipo de ameaça. "O ministro Braga Netto já tinha soltado nota agredindo a CPI da Covid", lembrou. "É apenas uma escalada onde infelizmente o ministro da Defesa veste a roupa de político ao invés de comandante das Três Forças Armadas brasileiras."
Questionado por repórteres, Braga Netto negou ter ameaçado a democracia e disse que a notícia é uma "invenção" e uma "mentira".
Para Maia, "todos sabem que é verdade" as supostas ameaças. "É muito grave, a gente sabe que é verdade. Ele pode negar à vontade, todos sabem que é verdade."
Maia salientou que o sistema de votação atual é seguro. Atualmente, uma comissão especial na Câmara dos Deputados analisa a PEC do voto impresso.
"O sistema é seguro, pode ser modernizado no futuro, mas não num debate aonde populismo tenta questionar as instituições democráticas", afirmou.
O deputado ainda repercutiu a fala do vice-presidente Hamilton Mourão, que garantiu a realização das eleições do próximo ano. "É claro que haverá eleição, se o presidente não quiser disputar é um direito dele."
"Aliás, aqui entre nós, no passado, Jânio Quadros renunciou esperando ser chamado de volta. O Bolsonaro talvez fique falando essas coisas esperando uma mobilização a favor dele e sabemos que não existirá."
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