'Negacionismo que custa vidas é falta de caráter', diz Leandro Karnal
O historiador Leandro Karnal disse hoje, em entrevista ao UOL News, que "o negacionismo que custa vidas humanas é falta de caráter". A declaração foi dada quando Karnal falava sobre esperança na pandemia e a crise política no Brasil. No bate-papo, ele explicou as duas origens do termo e fez críticas ao uso dessa manobra como instrumento político.
Segundo o professor, o negacionista surge por ignorância e falta de informação, o que está associado ao alto déficit educacional do Brasil. "É quando eu nego a eficácia da vacina porque eu não conheço de fato como funciona a vacina, não sou adepto da medicina científica. Pelo mesmo motivo, alguns acham que o pepino tem veneno nas pontas ou que manga com leite faz mal", exemplifica.
Outro contexto em que o negacionista se expressa, segundo o historiador, é para garantir o controle e o poder. "Esse é o que eu abomino de paixão. É um negacionismo instrumentalizado politicamente para garantir o poder de um grupo. Este é um defeito moral e de caráter. Quando eu sei de uma coisa, mas eu instrumentalizo para um interesse meu", criticou.
O professor e historiador usou como exemplo a Alemanha Nazista. "Eu sei que não foram os judeus que causaram a derrota na Primeira Guerra Mundial, mas [dizer] isso vai ser importante para ascensão do meu partido nazista", avaliou.
E fez ainda uma comparação com ao negacionismo quanto à eficácia das vacinas contra a covid-19. "Eu sei que as vacinas funcionam, mas eu vou dizer que não funcionam para incentivar um laboratório a produzir um produto paliativo, placebo ou para parecer alguém que contraria o sistema", afirmou.
Para Karnal, nesse caso, o negacionismo não é só um dano. "É uma falta de caráter, porque se junta com as pessoas que não tem conhecimento e aí é muito grave!".
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