Quem ganhar em 2022 não precisa que Bolsonaro passe a faixa, diz Lula
Do UOL, em São Paulo
07/08/2021 11h38
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje que não acredita em um golpe do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas eleições do ano que vem. Para o presidenciável petista, quem vencer não "precisa dele para passar a faixa".
As declarações do ex-presidente, publicadas em seu Twitter nesta manhã, se dão em meio a ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), com informações falsas.
Lula, presidenciável para 2022, tem subido o tom contra o presidente. "Bolsonaro tem medo porque sabe que vai perder e, ele perdendo, tem medo de ser preso", declarou, em entrevista à emissora alemã ARD nesta semana.
Nas últimas semanas, Bolsonaro tem intensificado seus ataques ao sistema eleitoral brasileiro, com informações falsas e já desmentidas contra as urnas eletrônicas e em apoio ao voto impresso.
Em entrevista na última quinta (5), o presidente voltou a ofender ministros do STF, em especial Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, e ameaçou sair "das quatro linhas da Constituição".
"A hora dele [Moraes] vai chegar. Porque ele está jogando fora das quatro linhas da Constituição há muito tempo. Não pretendo sair das quatro linhas para questionar essas autoridades, mas acredito que o momento está chegando", disse o presidente. "Não dá para continuarmos com ministro arbitrário, ditatorial", completou ele em entrevista à Rádio 93 FM, do Rio de Janeiro.
Na última sexta (6), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), declarou que enviará a votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 135/19, que torna obrigatório o voto impresso, ao plenário, mesmo após a derrota em comissões.
Ao enviar o projeto, no entanto, Lira decidiu mandar uma mensagem ao presidente. "Não contem comigo com qualquer movimento que rompa ou macule a independência e a harmonia entre os Poderes", disse o deputado, que citou o "botão amarelo", em referência velada às dezenas de pedidos de impeachment de Bolsonaro que estão parados na sua mesa.