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Lula diz que Bolsonaro tem medo de perder e o chama de 'charlatão'

Lula disse que irá lutar para reconstruir a democracia brasileira em entrevista à emissora alemã ARD - Reprodução/TVT
Lula disse que irá lutar para reconstruir a democracia brasileira em entrevista à emissora alemã ARD Imagem: Reprodução/TVT

Colaboração para o UOL

06/08/2021 17h50

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um "incompetente político", "charlatão" e responsável por "destruir" a imagem do Brasil em nível internacional. O petista disse também que a insistência do atual chefe do Executivo Federal pelo voto impresso, em substituição às urnas eletrônicas, deve-se ao medo que ele sente em perder as eleições de 2022 e ser preso.

"Bolsonaro tem medo porque sabe que vai perder e ele perdendo tem medo de ser preso", declarou, em entrevista à emissora alemã ARD. Lula disse não acreditar "que a sociedade brasileira aceite um golpe" do mandatário, a quem ele culpa por "acabar" com a imagem que o país havia conquistado mundialmente nas gestões petistas.

Em relação à pandemia de covid-19, Lula fez duras críticas à gestão do atual presidente que, segundo ele, "não enxergou a gravidade do coronavírus" e negou "quase tudo": "[Bolsonaro disse] que a pandemia não existia, que era uma pequena gripe, que ele que era atleta não teria problema... depois ele transformou em inimigos todo mundo que pensava da forma correta".

"Quando a gente chama Bolsonaro de genocida é porque são quase 600 mil mortos que temos nesse país e uma parte [desse número de óbitos] é da responsabilidade do Bolsonaro", completou

Defender a democracia

Na entrevista, Lula disse que continuará "brigando" para reconstruir a democracia no Brasil e que, se for preciso, ele irá disputar a presidência da República em 2022. O petista disse não ter a intenção de "fazer nenhuma revolução", mas, sim, "garantir" que os brasileiros tenham acesso a direitos básicos, como alimentação, lazer e educação de qualidade.

"Não tenho outra coisa a fazer na vida a não ser tentar brigar para recuperar a democracia [no Brasil]. Não tô querendo fazer nenhuma revolução. Quero garantir que o povo tenha o direito de tomar café, almoçar e jantar, quero garantir que o povo tenha acesso a universidade e escola de qualidade, tenha direito a moradia, acesso ao lazer, à cultura e terra pra plantar", disse Lula em entrevista à emissora alemã ARD.

Questionado sobre sua provável candidatura em 2022, ele falou que "pode" ser candidato se o PT assim decidir, se estiver bem de saúde e se conseguir construir uma aliança política. No entanto, o petista ressalta que quer alianças que não apenas o permitam alcançar a vitória, mas que o deem a chance de governar o país.

Em relação à possibilidade de abrir mão de sua candidatura para permitir o surgimento de uma terceira via em oposição a ele e ao presidente Jair Bolsonaro, o ex-presidente descartou que fará isso, e afirmou que quem "pode deixar um candidato de terceira via [vencer as eleições] é o povo".

"Não preciso ser candidato, mas tenho um partido político e uma maioria da sociedade que me quer candidato. Por que haveria de abdicar para atender os meus adversários? Todo mundo que quiser evitar que o Lula seja candidato não vota no Lula; ou todas as pessoas que acham que deve ser outro candidato, que se lance candidato", finalizou.