Justiça manda Eduardo Bolsonaro apagar posts ligando Omar Aziz à pedofilia
O TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas) concedeu ontem uma liminar determinando que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) apague três postagens — feitas no Facebook, no Twitter e no Instagram — que associam o senador Omar Aziz (PSD-AM) à pedofilia. Eduardo tem 72 horas para cumprir a decisão, sob pena de multa de R$ 5 mil, mas ainda pode recorrer.
O objetivo da liminar, segundo a juíza Maria do Perpétuo Socorro da Silva Menezes, é "evitar dano de difícil reparação" a Aziz.
"Visando a evitar dano de difícil reparação (...), defiro o pedido de Antecipação da Tutela requerida por Omar José Abdel Aziz, e determino que a [parte] requerida Eduardo Nantes Bolsonaro exclua de suas redes sociais as postagens realizadas por meios dos links acima enumerados, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, até ulterior deliberação deste juízo, sob pena de multa de R$ 5.000,00", decidiu.
O UOL entrou em contato com o gabinete de Eduardo e com a assessoria de Aziz para pedir um posicionamento sobre a decisão e aguarda retorno.
Entenda o caso
Idênticas, as três postagens de Eduardo Bolsonaro contêm um vídeo de uma fala de Omar Aziz na CPI da Covid, da qual o senador é presidente. Na ocasião, Aziz criticou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por ter se encontrado com a deputada alemã Beatrix von Storch, do partido ultranacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD). (Assista abaixo)
A sigla é conhecida na Alemanha por suas posturas xenofóbicas em relações aos migrantes que chegam à União Europeia e, mais recentemente, por liderar os protestos negacionistas em meio à pandemia de covid-19. Além disso, diversos membros do AfD já foram processados por "simpatizar" com o nazismo.
"Pelo raciocínio de Omar Aziz, se a deputada alemã Beatrix von Storch é nazista por conta de seu avô, então os netos de Omar seria pedófilos?", escreveu Eduardo em 4 de agosto.
Vejo várias bandeiras de Israel nas manifestações do presidente Bolsonaro, e ele, às escondidas, apunhala. Quando é para pedir ajuda, liga para o primeiro-ministro da Israel, mas, para quando é para reunir às escondidas, se reúne com uma deputada nazista. E a isso aí este Congresso, o presidente do Congresso Nacional não pode se calar, o presidente da Câmara não pode se calar, nós não podemos permitir isso. Nazismo, não!
Omar Aziz, em 3 de agosto
(Com informações da ANSA)
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