Empresário da Gazin promete bancar viagem para quem for a ato pró-Bolsonaro
O empresário Mário Gazin, fundador da rede de lojas de varejo Gazin, aparece em vídeo oferecendo transporte de graça para quem for protestar a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em manifestações previstas para o dia 7 de Setembro, que preveem ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal) e às urnas eletrônicas. O ônibus sairia de Douradina (PR), sede da empresa, em direção a Brasília.
No vídeo, que circula pelas redes sociais, Gazin justifica a iniciativa dizendo que é "preciso lutar e defender o governo", porque não se sabe "o que será do futuro".
"Oi, pessoal. Eu sou Mário Gazin. Estou convidando a todos vocês para quem quiser ir a Brasília, agora no dia 5 [de setembro]. Vai sair um ônibus daqui de Douradina, ao meio-dia em ponto, de frente à Gazin. Vai sair no dia 5, chega lá no dia 6. Vai ficar no dia 6 e 7. Dia 7 à noite volta para trás. Ninguém paga passagem. Ninguém paga nada. Esse é o trabalho que nós temos para defender o Brasil. O Brasil de hoje... quem não pensar no Brasil de hoje, está errado, porque não saberá o que vai ser do futuro de amanhã. Vamos lutar. Vamos salvar o governo", diz ele. (Assista ao vídeo abaixo)
Apesar de tentar passar uma imagem de que está aberto ao diálogo e ter afirmado na quinta-feira que não pretende fazer uma "ruptura" —ou um golpe de Estado—, Bolsonaro mantém um tom de conflito com o STF e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), principais alvos da manifestação do dia 7.
A reportagem do UOL tentou contato, por telefone e mensagem, com as assessorias da rede e do empresário, e aguarda retorno.
Na semana passada, na decisão em que autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra o deputado bolsonarista Otoni de Paula (PSC-RJ), o cantor Sérgio Reis e outros sete alvos, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o bloqueio de uma chave Pix pela qual os investigados vinham angariando doações para atos no dia 7 de setembro.
O ministro citou uma manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República) que sustenta que os investigados "têm convocado a população, através de redes sociais, a praticar atos criminosos e violentos" de protesto às vésperas do feriado da Independência do Brasil, durante uma suposta manifestação e greve de "caminhoneiros".
Segundo a PGR, o dinheiro era revertido para um grupo chamado "Coalização Pro-Civilização". De acordo com a PGR, esta associação é responsável pelo domínio do site "Brasil Livre", que vinha convocando bolsonaristas para atos contra o STF em 7 de setembro.
Apoiador de Bolsonaro desde 2018
Gazin é apoiador ferrenho do presidente desde as eleições de 2018, quando apareceu pela primeira vez em vídeo ao lado de Luciano Hang, dono da rede Havan, defendendo o então candidato Bolsonaro abertamente e falando sobre os gastos da campanha. Gazin e Hang atuaram como conselheiros empresariais do capitão.
"Primeiro turno, Bolsonaro. Pra não ter escolha, pra nós não ter que gastar mais dinheiro, pra não ficar todo mundo gastando com o segundo turno. Então é no primeiro. Quem está indeciso é lá. É lá que tem que ser, porque acabou. Nós gasta menos dinheiro [sic]", afirmou Gazin, na ocasião.
O presidente Jair Bolsonaro confirmou na última sexta-feira que irá participar e discursar nos atos organizados para o dia 7 de setembro em Brasília e em São Paulo, ao mesmo tempo que afirmou que não será uma "palavra de ameaça".
"Dia 7, neste horário, vamos hasteá-la (a bandeira do Brasil) aqui numa cerimônia militar, às 8h. Às 10h, estamos aqui na Esplanada, pretendo usar a palavra. Não é uma palavra de ameaça a ninguém. Estaremos em São Paulo fazendo a mesma coisa. Podem ter certeza: teremos fotografia para o mundo do que vocês querem. Só posso fazer alguma coisa se vocês assim o desejarem", disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
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