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Tales: Caso de suposto lobista simboliza 'momento maluco' do Brasil

Do UOL, em São Paulo

02/09/2021 12h39Atualizada em 02/09/2021 13h39

Para o jornalista Tales Faria, colunista do UOL, o caso de Marconny Albernaz, suposto lobista da Precisa Medicamentos, que não compareceu hoje para depor à CPI da Covid, é uma história "cheia de mentiras deslavadas" e "bandidinhos de baixo nível".

"Esse caso do Marconny mistura tudo: CPI, filhos do presidente (Jair Bolsonaro, sem partido), gritaria do Bolsonaro, país em crise. É simbólico desse momento maluco do país", afirmou o colunista ao UOL News, programa do Canal UOL.

Ontem, a Folha de S.Paulo revelou, com base em trocas de mensagens, que Marconny Albernaz ajudou um dos filhos do presidente, Jair Renan Bolsonaro, a abrir a empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia.

Durante a manhã de hoje, agentes da Polícia Legislativa foram acionados para tentar localizar Marconny, mas ainda não obtiveram sucesso. O vice-líder da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que, caso o suposto lobista não seja localizado, haverá um pedido de prisão preventiva.

O depoimento de Marconny, na verdade, estava agendado para ontem — mas o lobista apresentou um atestado médico de 20 dias, período que coincide com o término previsto da CPI. No fim, o documento acabou sendo "cancelado".

"Essa gente sabe desaparecer", comentou Tales. "Sabe quando um médico dá 20 dias para um trabalhador comum?", indagou, acrescentando que a CPI, por ter poder policial, "tem toda a condição de prender" Marconny.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.