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'É coisa de carro-forte, não de motoboy', diz Josias sobre relato na CPI

Colaboração para o UOL

02/09/2021 09h35

O colunista Josias de Souza ironizou os trabalhos da empresa VTCLog, que é alvo de investigações na CPI da Covid. Ontem, a comissão escutou o motoboy Ivanildo Gonçalves, contratado pela companhia para alguns serviços, incluindo realizar operações bancárias de grandes quantias de dinheiro.

"Essas transações com aparência de trambique caíram nas malhas da CPI. O motoboy sacou mais de 400 mil em uma operação e há retiradas em profusão, isso é coisa para carro-forte, não de motoboy", afirmou ao UOL News. Além disso, o jornalista apontou uma série de estranhezas no depoimento de Ivanildo à comissão.

"Ele tinha uma advogado custeado pela empresa investigada, deu resposta curtas e pareceu refém de interesses alheios, se negou a mostrar mensagens trocadas com superiores da empresa e a CPI teve que quebrar o sigilo do motoboy", ressaltou.

Josias lembrou que a VTCLog possui contrato milionário com o Ministério da Saúde para armazenar e transportar medicamentos. "A empresa tem predileção pela forma mais primitiva de dinheiro. Em plena era de transação digital, a empresa utiliza um motoboy para realizar na boca do caixa saques", ironizou.

Parte do dinheiro, segundo achados da CPI, era usado para pagar boletos em agências físicas de banco, em vez de quitar por aplicativos ou formas on-line, o que chamou atenção de membros da comissão. Um dos boletos, segundo Josias, tinha o nome de Roberto Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, como devedor.

"Pelo menos 47 mil em débitos de Roberto Dias começaram a ser pagos alguns dias depois que o contrato do Ministério da Saúde passou a ser administrado pela diretoria que ele comandava. Sob Dias, o contrato da VTCLog foi reajustado", explicou.