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Janaina diz temer segundo mandato de Bolsonaro: 'Governa no conflito'

Colaboração para o UOL

10/09/2021 09h31

A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) disse temer um eventual segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) devido ao estilo adotado pelo mandatário de "governar no conflito" o que, segundo ela, não é saudável para o país por criar um clima de instabilidade e afastar os investidores.

Em entrevista ao UOL News, a parlamentar, ao ser questionada se é a favor da recondução de Bolsonaro para a cadeira presidencial nas eleições de 2022, ponderou que, embora avalie como positiva a atual gestão do presidente, ele tem um ano "para mostrar que tem condições de seguir" no cargo.

"Meu medo num eventual segundo mandato dele, é que, como ele é acostumado a governar no conflito, tenhamos mais cinco anos de idas e vindas, e vejo isso como algo prejudicial ao país, à tranquilidade para que venham investimentos, [para que] as pessoas permaneçam aqui. Penso que ele tem um ano para mostrar que tem condições de seguir", declarou Janaina Paschoal.

A advogada afirmou que não comparecerá às manifestações organizadas pela oposição ao governo federal, marcadas para o próximo dia 12 de setembro, por ter "perdido a confiança nos agentes que estão convocando" os atos encabeçados pelo MBL (Movimento Brasil Livre), um dos expoentes do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, ao lado da própria deputada.

Sem citar nomes, a parlamentar disse acreditar que essas manifestações são viabilizadas por pré-candidatos à presidência da República nas eleições do próximo ano, "pessoas sem capacidade" de vencer o pleito, e que tentam "derrubar" o Bolsonaro para disputarem o segundo turno contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ainda na entrevista, a deputada reavaliou sua fala quando, em março de 2020, ela defendeu o impeachment e a saída imediata de Jair Bolsonaro da presidência da República e afirmou ter se arrependido do voto dado no então candidato ao Planalto. Agora, Paschoal diz que "naquele momento a postura dele foi inconveniente", mas afirma que não viu crime de responsabilidade nas ações do mandatário durante a pandemia de coronavírus.

Por fim, Janaina Paschoal admitiu que Bolsonaro "apronta demais, fala o que não deve", mas ressalta que ele "está seguindo bem" no cargo, e que os ministros estão "fazendo um bom trabalho", inclusive o ministério da Saúde - a pasta é alvo da CPI da Covid justamente pela forma como o mandatário guiou o país no enfrentamento à covid-19.

Os senadores que compõem a Comissão Parlamentar de Inquérito se debruçam sobre denúncias de supostos casos de corrupção no governo Jair Bolsonaro na compra da vacina indiana Covaxin e também na da AstraZeneca/Oxford - em ambos os casos, o Planalto nega.