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Aniversário de Heinze terá bolo com cobertura de cloroquina, diz senador

O senador Luis Carlos Heinze durante sessão da CPI da Covid - Leopoldo Silva/Agência Senado
O senador Luis Carlos Heinze durante sessão da CPI da Covid Imagem: Leopoldo Silva/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

14/09/2021 17h30Atualizada em 14/09/2021 17h37

O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) completa 71 anos hoje, e os parlamentares da CPI da Covid o parabenizaram pelo aniversário durante a sessão.

Jorginho Mello (PL-SC) cumprimentou o colega e disse que haveria um bolo após o encerramento da oitiva. "E parece que a cobertura é de cloroquina. No glacê de que vai ser coberto o bolo", afirmou.

Heinze é defensor do uso do chamado tratamento precoce e de medicamentos sem eficácia comprovada para tratamento da covid-19. Frequentemente, ele expõe esse ponto de vista diante da comissão.

O próprio senador brincou ao ser congratulado pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). "Tomei ivermectina hoje. É o meu dia", riu.

Nenhum desses medicamentos é recomendado pelas principais autoridades de saúde, e o uso indiscriminado pode trazer efeitos colaterais.

Os parlamentares também brincaram que a festa de Heinze aconteceria em Rancho Queimado (SC), cidade que Heinze disse na CPI ser um caso de sucesso do tratamento precoce. A cidade, que tem cerca de 2.800 moradores, prescreveu o "kit covid" a todos os pacientes com diagnóstico ou suspeita da doença.

Entretanto, os números de casos e mortes do local é similar aos dos municípios vizinhos. A prefeitura teria gastado R$ 47 mil na compra dos medicamentos até junho deste ano.

A CPI da Covid ouviu hoje o advogado e proprietário da Rede Brasil de Televisão, Marcos Tolentino. Ele é suspeito de ter agido como "sócio oculto" do FIB Bank, empresa que foi fiadora da negociação da compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.