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Precisamos tirar Bolsonaro para salvar democracia, diz Molon

Colaboração para o UOL

14/09/2021 12h16Atualizada em 14/09/2021 12h29

É preciso tirar Jair Bolsonaro da presidência da República para salvar a democracia no Brasil, segundo o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), argumentando que presidente vai voltar a atacar os Poderes assim que estes tomarem uma decisão que o desagrade.

"Bolsonaro certamente voltará a atacar os poderes tão logo eles façam aquilo que os cabe: colocar limites ao presidente da República. Quando o ministro Alexandre de Moraes tomar uma nova decisão que desagrade o presidente, ele voltará a atacá-lo. Portanto é uma ilusão arrefecer a luta pelo impeachment imaginando que aquela carta é uma carta sincera. Eu adoraria acreditar nisso. Por isso é fundamental manter a pressão de impeachment sob o presidente da Câmara Arthur Lira", disse Molon ao UOL News.

O deputado afirma que quem tem um pouco de experiência política não acredita na carta aberta que Bolsonaro divulgou na última quinta-feira, na qual recua do desafio explícito que fez ao STF (Supremo Tribunal Federal) dois dias antes, durante manifestações do dia 7 de setembro. A carta em questão foi escrita pelo ex-presidente Michel Temer, acionado pelo Planalto numa tentativa de debelar a crise institucional com o STF e o Congresso. "As pessoas que têm vivência política sabem que não se muda a natureza de uma pessoa com uma carta", afirma o deputado.

Segundo Molon, a carta pode servir como desculpa a partidos do centro se agarrarem para que não haja uma pressão ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, para gerar um processo de impeachment contra o presidente. Entretanto, a favor do impeachment, ele cita que o processo seria fundamental para impedir que Bolsonaro dê um golpe após as eleições de 2022. "Ele disse já: só sairei daqui preso, morto, ou vitorioso. Ou seja, nas três possibilidades dele, sequer aparece a derrota eleitoral. Só tem duas saídas para ele: ou ele ganha, ou ele foi roubado né, aquela deformação de uma autoridade que não aceita a derrota eleitoral."

O deputado participará de uma reunião amanhã para articular a adesão de partidos de centro-direita aos atos anti-Bolsonaro que PT e movimentos sociais estão organizando para 2 de outubro. Sobre isso, acredita que uma união de partidos seria símbolo importante de unidade em defesa da democracia.