Por que Bolsonaro não pode comer dentro de restaurantes de Nova York
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) optou por comer pizza na calçada de Nova York na noite de ontem e gerou debate sobre a escolha. Mas o que dizem as regras vigentes da cidade? Bolsonaro não poderá de fato frequentar restaurantes enquanto estiver em Nova York para a realização da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas)? A resposta é: depende.
Em agosto, Nova York deu início à medida batizada de "Key to NYC Pass" (Chave para o passe de Nova York, em tradução livre do inglês), na qual passou a ser exigida certificação de vacinação contra covid-19 para entrar em locais públicos fechados como restaurantes, museus e academias.
Bolsonaro até o momento não se vacinou contra a covid-19. Assim, se quiser fazer refeições em restaurantes da cidade, o presidente terá que buscar estabelecimentos com mesas na calçada ou em ambientes externos, uma vez que a restrição se aplica a espaços internos.
Ontem à noite, Bolsonaro optou por comer pizza em um local próximo ao que está hospedado. A pizzaria não possui espaço interno para refeições. Os clientes fazem os pedidos no balcão e retiram os produtos para viagem.
No jantar, Bolsonaro esteve acompanhado de parte da comitiva que o acompanha na viagem. Além do ministro do Turismo, Gilson Machado, que publicou a imagem nas redes sociais, também participaram do jantar o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o ministro da Justiça, Anderson Torres, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.
Não é a primeira vez que Bolsonaro escolhe lugares populares para suas refeições durante viagens oficiais. Em sua primeira missão internacional, em janeiro de 2019, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, o presidente almoçou no restaurante de um supermercado local.
Passaporte da vacina e por que no Brasil pode
Nova York foi a primeira cidade americana a adotar o chamado "passaporte da vacina" para restringir a entrada de não vacinados em estabelecimentos fechados.
A documentação que deve provar pelo menos uma dose da vacinação passou a ser cobrada dos cidadãos que residem ou visitam a cidade no dia 16 de agosto como nova ferramenta de combate à variante delta do coronavírus.
As fiscalizações tiveram início em 13 de setembro, para garantir o cumprimento da medida já no início do semestre escolar da cidade.
Medidas semelhantes foram tomadas em outros lugares do mundo. Na França, a medida gerou polêmica, com protestos registrados no país durante o último fim de semana.
No Brasil, a cidade do Rio de Janeiro adota desde a semana passada o "passaporte da vacina" para locais de uso coletivo. Porém, bares e restaurantes foram excluídos da lista de lugares em que será exigida a comprovação.
Em São Paulo, a prefeitura determinou a obrigatoriedade da vacinação para frequentar eventos como shows, feiras, congressos e jogos, com público superior a 500 pessoas.
Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem se posicionado contra a obrigatoriedade de vacinação no Brasil. Recentemente, ele criticou o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), pela exigência de imunização a servidores públicos da cidade.
No ano passado, o Plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que o Estado pode determinar medidas restritivas previstas em lei (multa, impedimento de frequentar determinados lugares, fazer matrícula em escola) aos cidadãos que recusem a vacinação. Porém, a imunização não pode ser forçada.
As vacinas em uso no mundo passaram por um rígido protocolo de estudos que comprovaram a eficácia exigida, sendo que os efeitos positivos comunitários da imunização contra covid-19 são consenso na comunidade científica.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
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