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Aziz critica processo contra Luis Miranda na Câmara: 'Esperem a CPI acabar'

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz, disse esperar mesma agilidade da Câmara em relação ao relatório da CPI, previsto para outubro - Pedro França/Agência Senado
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz, disse esperar mesma agilidade da Câmara em relação ao relatório da CPI, previsto para outubro Imagem: Pedro França/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

22/09/2021 17h04Atualizada em 22/09/2021 17h14

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) criticou hoje a decisão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados em dar seguimento ao processo contra o deputado Luis Miranda (DEM-DF). Segundo Aziz, os deputados deveriam ao menos esperar a CPI acabar e apresentar as conclusões.

"A celeridade do relator em querer punir. Não estou aqui defendendo, longe de mim. Estou falando do processo. Esse mesmo processo a Câmara não está tendo em relação a pessoas mais poderosas", disse. "Queria fazer um apelo aos membros da comissão, esperem a CPI ou o presidente desmentir o deputado Luis Miranda".

Mais cedo, o relator do caso, o deputado Gilberto Abramo (Republicanos-MG) recomendou que o processo contra Miranda siga em análise pelo Conselho de Ética. Para ele, Miranda quebrou o decoro parlamentar ao denunciar as supostas irregularidades na negociação da vacina Covaxin à imprensa, e não aos órgãos competentes.

Aziz disse que a Câmara foi mais leniente em relação a "coisas muito mais graves". "Estou dizendo que a Câmara foi muito ágil em relação ao deputado Luis Miranda e lenta em coisas muito mais graves que se faz nesse país, o desrespeito à Constituição e aos Poderes", afirmou. "Espero que a Câmara possa ter essa mesma agilidade quando a gente entregar o relatório ao presidente Arthur Lira sobre o que essa CPI está apurando e o que virá no relatório dessa CPI, em relação principalmente aos investigados".

Em junho deste ano, Miranda disse em entrevista que o irmão dele, servidor do Ministério da Saúde, estava sendo pressionado para fechar a compra da Covaxin, e que a invoice —documento parecido com uma nota fiscal— não condizia com o contrato firmado, oferecendo um quantitativo de doses diferente e pedindo pagamento antecipado.

O deputado disse ainda que teria levado essas suspeitas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Em julho, Bolsonaro disse que não comentaria as denúncias.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.