Diretor da Prevent admite à CPI mudança de código de diagnóstico da covid
Em depoimento na CPI da Covid, o diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Junior, confirmou que a operadora orientou a médicos que modificassem o código de diagnóstico (CID) dos pacientes com covid-19 após 14 dias de internação.
Segundo ele, a medida foi adotada para indicar que a pessoa não transmitia mais o vírus: "Todos os pacientes com suspeita ou confirmados de covid, na necessidade de isolamento, quando entravam no hospital, precisavam receber o B34.2, que é o CID de covid, e, após 14 dias —ou 21 dias, para quem estava em UTI —, o CID poderia já ser modificado, porque eles não representavam mais risco para a população do hospital".
Senadores da CPI criticaram a medida. Segundo Otto Alencar (PSD-BA), que é ortopedista, a mudança configura crime. "O senhor realmente não tem condição de ser médico com a desonestidade que eu vi agora. Sinceramente, modificar o código de uma doença é um crime. Infelizmente, o Conselho Federal de Medicina não pune o senhor", afirmou.
"Eles consideram que, depois de 14 dias, esse paciente não tem mais covid ou que, depois de 21 dias, ele não tem mais covid. Essas pessoas morreram de complicações de quê? De covid! Então, é covid!", disse o senador e também médico Humberto Costa (PT-PE).
À CPI, ex-funcionários da Prevent Senior denunciaram a empresa por pressionar médicos a receitar, para fins de um estudo interno, o "kit covid" —composto por medicamentos sem eficácia no tratamento da doença (como hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina e outros). Segundo os documentos, alguns pacientes citados sequer consentiram com a prescrição do kit.
A Prevent Senior também teria ocultado a morte de pacientes ao longo do estudo, para comprovar a tese de que os medicamentos são eficazes contra a doença. Em uma das mensagens disponibilizadas por ex-funcionários à CPI, os médicos são orientados a "padronizar" o código para todos os pacientes com suspeita ou confirmação de covid.
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