Topo

Esse conteúdo é antigo

Mulher detida após ordem de Bolsonaro nega ter dito 'noivinha de Aristides'

Jair Bolsonaro dirigiu um veículo Chevrolet Camaro SS da PRF, na liberação de 27km de trecho duplicado da BR-116 - Alan Santos/PR
Jair Bolsonaro dirigiu um veículo Chevrolet Camaro SS da PRF, na liberação de 27km de trecho duplicado da BR-116 Imagem: Alan Santos/PR

Simone Machado

Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto (SP)

01/12/2021 14h36Atualizada em 01/12/2021 19h34

Os advogados da mulher detida no último sábado (27) por ordem de Jair Bolsonaro (PL), segundo apurou a Folha de S.Paulo, em Rezende (RJ), afirmam que ela não se referia ao presidente ao falar "filho da puta", mas sim ao engarrafamento no local devido à presença do político.

Segundo os defensores, ela também não teria dito "noivinha do Aristides", como circula pelas redes sociais uma versão sem provas. A expressão seria uma referência a um apelido recebido pelo presidente durante seus anos na ativa do Exército.

Em nota, os advogados Marcello Martins dos Santos e Luiz Augusto Guimarães da Costa relatam que a mulher, profissional da área da saúde e cujo nome não foi divulgado, seguia com a família para Aparecida (SP) quando se deparou com um enorme congestionamento na rodovia. Naquele momento, Bolsonaro passava pela via e acenava para os motoristas apoiadores.

"Num momento de grave estresse em decorrência do engarrafamento e por tudo o que enfrentou em sua vida profissional durante a pandemia, num momento de desabafo, exclamou a expressão 'filho da puta'", afirmam os defensores, em nota enviada ao UOL.

Ela não conhece e nem mencionou qualquer coisa sobre o termo "noivinha do Aristides", conforme vem sendo noticiado. Sua expressão de indignação ocorreu de forma espontânea, como ocorre diariamente no país que se encontra severamente polarizado.
Advogados Marcello Martins dos Santos e Luiz Augusto Guimarães da Costa

Ainda segundo a nota, a mulher está "apreensiva e temerosa" com a repercussão do caso. O processo está em segredo de Justiça.

O caso

A mulher de 30 anos estava no banco do passageiro de um veículo quando foi detida por supostamente ter xingado o presidente Jair Bolsonaro enquanto ele acenava aos motoristas na Via Dutra, em Resende, antes de participar da cerimônia de formatura dos cadetes da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras).

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) abordou o carro e encaminhou o caso a agentes da PF (Polícia Federal), que estavam no local em apoio à segurança do presidente. A mulher foi levada para a delegacia de PF onde prestou depoimento e foi feito o registro de um termo circunstanciado pelo crime de injúria.

Ela foi liberada após assumir compromisso de comparecer em juízo, como determina a lei.