Foto mostra Bolsonaro com ex-deputado Alberto Fraga, e não 'Aristides'
É falso que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apareça em uma foto antiga com uma pessoa supostamente chamada 'Aristides', como dizem posts que circularam nas redes sociais na segunda-feira (29). A imagem, na verdade, mostra Bolsonaro com o ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), e foi publicada pela Folha em dezembro de 2019.
Segundo a reportagem, a foto mostra Jair Bolsonaro e Fraga em 1982 com a turma da Escola de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro. Na imagem, Bolsonaro está de pé, de roupa azul, e segura a mão de Fraga, que veste uma roupa mais clara e está agachado. O texto explica que os dois políticos se conheceram na escola do Exército no começo da década de 80.
Fraga é coronel da reserva da Polícia Militar do Distrito Federal e foi deputado federal por quatro mandatos, sendo contemporâneo de Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Ao longo de praticamente 40 anos, foi próximo ao hoje presidente — mesmo sem cargo, era tratado como "ministro reserva" por Bolsonaro em seu primeiro ano de mandato.
Em setembro, depois da morte da mulher, Mirta, em decorrência da covid-19, Fraga decidiu se afastar de Bolsonaro. Ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-deputado disse não conseguir entender o que chamou de "falta de sensibilidade do presidente com relação à morte das pessoas".
"Exatamente para não estragar uma amizade de 40 anos eu preferi me afastar, bloqueei ele no WhatsApp. Em hipótese alguma eu posso culpar o presidente pela morte da minha mulher. Nunca insinuei isso, mas achei por bem me afastar, não romper. Sempre fui amigo do Jair Messias Bolsonaro. Nunca fui amigo do presidente", disse Fraga.
Não há registros sobre 'Aristides'
A foto de Bolsonaro com Fraga começou a circular no rastro de posts de cunho homofóbico segundo os quais o presidente teria sido chamado de "noivinha do Aristides" enquanto saudava motoristas em Resende (RJ), no sábado (27), e que a frase teria motivado o registro de ocorrência pedido por Bolsonaro. "Aristides", segundo os posts, seria um professor de judô do Exército. No entanto, não há qualquer indício de que estas alegações sejam verdadeiras.
Na terça (30), a coluna Painel, da Folha, noticiou que os advogados da mulher detida por xingar Bolsonaro em Resende disseram que ela nunca usou a expressão "noivinha do Aristides". O termo também não consta do boletim de ocorrência da PRF (Polícia Rodoviária Federal). O UOL Confere não encontrou qualquer vídeo da visita de Bolsonaro a Resende que pudesse comprovar que ele foi alvo da expressão. O site e-Farsas mostrou que o termo "noivinha do Aristides" não tinha qualquer registro buscável no Google antes de domingo (28), quando a frase começou a circular nas redes.
Apesar de não haver nenhum indício concreto da existência de "Aristides" ou de que a frase "noivinha do Aristides" foi dita, a história foi reproduzida por inúmeros perfis de oposição ao governo nas redes sociais, e o termo passou a segunda-feira entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil.
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