YouTube remove vídeo em que Bolsonaro criticou 'pressa' por vacina da covid
O YouTube removeu hoje um vídeo publicado em 19 de dezembro de 2020 no canal do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em que seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL), questionava a "pressa" pelo início da vacinação contra a covid-19 no Brasil. A informação foi publicada pelo jornal Extra e confirmada pelo UOL junto à assessoria da empresa.
Em nota, o YouTube explicou que, "após análise cuidadosa", decidiu excluir o vídeo porque ele viola as "políticas de informações médicas incorretas sobre a covid-19". As regras da empresa não permitem, por exemplo, que usuários questionem a eficácia e segurança das vacinas ou afirmem que medicamentos como hidroxicloroquina ou ivermectina funcionam para tratar a covid-19 — o que não é verdade.
"Essas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais e atualizamos nossas políticas conforme as mudanças nessas orientações. Aplicamos nossas regras de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem seja o produtor de conteúdo", acrescentou a assessoria.
No vídeo removido, Bolsonaro dizia não haver razão para "apressar" a vacinação e que a pandemia estava "chegando ao fim" — declaração repetida por ele em diversas ocasiões, inclusive hoje, quase um ano depois da gravação. Na época, ele também negou que estivesse "politizando" a questão, apesar de ter travado inúmeros embates com o governador João Doria (PSDB), de São Paulo, por conta da vacina.
"A pressa pela vacina não se justifica, porque você mexe com a vida das pessoas", afirmou, na ocasião. "Não há guerra, não há politização da minha parte. Nós esperamos uma vacina segura. Parece que a Inglaterra começou a vacinar agora. Por que a gente tem que ser o primeiro?"
O Brasil só daria início à vacinação um mês depois, em 17 de janeiro deste ano. Desde então, mais de 137 milhões de pessoas já tomaram as duas doses ou a dose única, segundo o consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, e o país agora tem média diária de mortes por covid-19 abaixo de 200 — quase quatro vezes menor do que no dia em que o vídeo de Bolsonaro foi publicado no canal de Eduardo (746).
Outras remoções
Não é a primeira vez que Bolsonaro tem vídeos removidos das redes sociais por infringir políticas relativas à pandemia. No final de outubro, o YouTube já havia excluído uma transmissão ao vivo feita pelo presidente em que ele mentiu sobre as vacinas contra a covid-19, associando-as ao desenvolvimento da Aids.
Primeiro, o vídeo foi removido da página de Bolsonaro, no dia 21 daquele mês, e o presidente foi suspenso da plataforma por uma semana. Depois, em 29 de outubro, o conteúdo também foi excluído dos canais de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), e do programa "Os Pingos nos Is", da rádio Jovem Pan.
Antes disso, em julho, o YouTube também havia apagado outras transmissões em que Bolsonaro questionava a eficácia das máscaras para conter a disseminação do coronavírus.
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