'Não devemos nos atacar', diz Doria sobre candidatos da 3ª via
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pré-candidato à presidência da República, disse que os candidatos da chamada terceira via precisavam evitar ataques entre si para que não se autodestruam e, por consequência, favoreçam a disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista ao jornal O Globo, o tucano afirmou que as campanhas de 2022 serão "as mais sujas e sórdidas da História" e não acredita que a Justiça Eleitoral será capaz de conter isso.
Doria avaliou ainda que a construção para uma unidade da terceira via vai exigir "paciência e resiliência" e negou que a possibilidade de composição de chapas tenha sido tema de sua conversa com o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), também pré-candidato.
Esse assunto só passará a ser cristalizado em abril e, provavelmente, vai invadir maio também. Qualquer decisão ou tentativa de precipitar uma decisão será fracassada. Mas não impede que o diálogo seja fortalecido. Nós não devemos nos atacar, nós temos que nos proteger. Aqueles que estão dentro desse campo devem evitar ataques entre si, porque senão nós nos autodestruiremos João Doria
Moro e Doria se encontraram se e encontraram em São Paulo na quarta-feira (8). Os dois sempre tiveram boas relações e já declararam estar "do mesmo lado em 2022", embora não necessariamente na mesma candidatura, segundo apuração do UOL.
O tucano também avaliou que o critério para definir quem vai encabeçar essa terceira via não será apenas a pontuação nas pesquisas eleitorais. Levantamento feito pela Quaest Consultoria, divulgado na quarta-feira (8), mostra, no cenário mais provável, Moro com 10%, Ciro Gomes (PDT) com 5% e Doria com 2%. Lula e Bolsonaro aparecem à frente, com 46% e 23% das intenções de voto, respectivamente.
"Se a definição de pesquisa e popularidade fossem suficientes, talvez escolhêssemos alguém completamente fora da política, do mundo da televisão, do mundo das artes. Mas essa pessoa teria condições de fazer o enfrentamento em uma campanha com Lula e Bolsonaro?", questionou.
Doria não crê, no entanto, que as eleições de 2022 terão um centro dividido e disse que o pleito de 2018 "serve de referência e vai refrescar a memória, porque é muito próximo e foi um desastre".
Perguntado se os deputados do PSDB que apoiam Bolsonaro devem deixar o partido, o governador paulista disse que não, mas que entende que "eles devem fazer uma reflexão sobre o futuro".
"Os que foram a favor de pautas bolsonaristas até aqui, ok, mas daqui para frente temos uma eleição para enfrentar. Não é razoável que tenham parlamentares do PSDB, que vai enfrentar duas candidaturas de extrema — extrema-esquerda com Lula e extrema-direita com Bolsonaro —, com pautas ou bolsonaristas ou lulistas."
Sobre a possibilidade de o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) ser vice na chapa de Lula, Doria disse que respeita, mas lamenta.
Respeito pela trajetória do Geraldo Alckmin, que defendeu a democracia, fundou o PSDB e, durante 32 anos, o PSDB fez oposição ao PT. Histórica, aliás. E agora se associar ao PT e ainda com a perspectiva de ser o vice do Lula? Lamento muito se essa for a opção dele. Estarei numa posição antagônica, e eu serei fortemente combativo a Lula e a Bolsonaro João Doria
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