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'PSB não pode tratar o PT de forma pequena', diz Lula

Na conversa com apoiadores, o ex-presidente também defendeu aliança com figuras de centro-direita - Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Na conversa com apoiadores, o ex-presidente também defendeu aliança com figuras de centro-direita Imagem: Roberto Casimiro/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Colaboração para o UOL

19/01/2022 13h23Atualizada em 19/01/2022 14h01

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, em entrevista hoje a sites de esquerda que o apoiam, que mantém afinidade com o PSB, mas ponderou que a sigla aliada precisa respeitar a importância do partido. O petista também admitiu alianças com figuras de centro-direita.

"O PT mantém sua afinidade com PSB. O PSB tem o direito de lançar candidato em Pernambuco, é o estado onde a direção é mais forte. Desta vez, tem duas pessoas como candidatas [petistas] em potencial, Humberto Costa [senador] e Marília Arraes [deputada federal]. Embora o PSB tenha o direito de indicar, não pode tratar o PT de forma pequena", afirmou.

Lula também negou que o senador Fabiano Contarato seja pré-candidato ao governo do Espírito Santo. "Não temos candidato no Espírito Santo. Quando Contarato entrou no PT para ser candidato, foi dito a ele que estávamos conversando com PSB, que seria prazeroso ter ele, mas não para ser candidato", rebateu.

A declaração do petista é feita um dia após o presidente do PSB, Carlos Siqueira, criticar, em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o que chamou de "visão exclusivista" do PT. "Uma visão exclusivista. Não diria hegemônica, porque é natural de quem tem a maioria, mas exclusivista, e que é uma visão que precisa ser superada. Não só para unir a esquerda, mas para ampliar o centro."

Lula também disse que respeita a pré-candidatura de Márcio França em São Paulo, mas ressaltou o nome do ex-ministro da Educação Fernando Haddad para disputa. "Eu acho, com toda modesta, que o PT nunca esteve tão próximo de ganhar o governo como agora". Segundo o petista, a presidente nacional da sigla, Gleisi Hoffmann (PR), vai se reunir com Siqueira em breve.

Centro-direita

Durante a conversa com apoiadores, Lula admitiu alianças fora da esquerda, ao ser questionado sobre a negociação com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. "Precisamos construir relação política mais ampla do que o PT. Mais ao centro, e, se for o caso, até com setores da centro-direita", disse.

O ex-presidente disse não estar procurando alianças ideológicas. "Eu não estou procurando aliança ideológica, não tô procurando aliança apenas para ganhar eleições. Estou procurando construir, juntos, aliança com forças políticas para fazer uma transformação que precisa fazer no Brasil, inclusive para aprovar reforma tributária."

Antes, Lula já tinha dito que espera selar uma aliança com Alckmin, seja com o ex-tucano ocupando o posto de vice na chapa ou não.