'Vem, Geraldo': PV quer Alckmin, mas vê vantagem para PSB ter vice de Lula
Enquanto os entraves entre PSB e PT continuam sem solução, o PV já se movimenta para ser a principal segunda opção de nova casa para o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (sem partido), recém-saído do PSDB. Na disputa pelo Planalto, Alckmin seria o vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Dirigentes do PV têm compartilhado imagens com a mensagem "Vem, Geraldo" para sensibilizar o ex-tucano a se filiar ao partido. Presidente nacional da sigla, o ex-deputado federal José Luiz Penna, porém, diz que, antes de pensar em filiação de Alckmin, é preciso buscar o acerto da federação com PT, PSB, PCdoB e PV.
"Acho que o partido tem o posicionamento de fazer uma pressão maior [pela filiação do Alckmin], mas acho que a gente deve deixar o governador decidir sem esse nível de pressão, entende? Deixar ele confortável", diz Penna.
Para o presidente do PV, o PSB tem vantagem na disputa por Alckmin. "O PSB tem mais musculatura, mais representação. Agora, nós estamos fazendo o nosso papel, que é disputar a vinda dele para as nossas fileiras. Agora, não tenho grandes ilusões, não."
Presidente municipal do PV em São Paulo, o vereador paulistano Roberto Tripoli teve um encontro com Alckmin na semana passada e reforçou o convite ao ex-governador —que já tinha o apoio do partido quando ele ainda pensava em disputar mais um mandato no Palácio dos Bandeirantes. "Ele ficou de pensar e disse que, em fevereiro, vai tomar essa decisão", afirma Tripoli.
O Solidariedade, que também fez convite a Alckmin, aparece como a possibilidade mais remota, segundo interlocutores do ex-governador.
Acordo para a federação
Penna diz que, "para o êxito da campanha presidencial, vai precisar de um vice com mais, para usar a palavra da moda, musculatura". "Sou otimista. Não acho que vá haver ruptura dentro desse projeto de federação."
Vai sentar todo mundo e fazer o acordo que seja possível. Há uma disposição muito grande para acertar as dificuldades onde ela aparecer
José Luiz Penna, presidente nacional do PV
Penna diz acreditar ser remota a possibilidade de o PSB não participar da federação com PT e PV. "Tendo o objetivo maior da Presidência da República, as dificuldades regionais vão ter que fazer uma conta de chegada. Acho que, a essa altura, posso estar enganado, é imutável a confecção da federação tal qual está desenhada: PV, PT, PSB e PCdoB."
Os partidos precisam apresentar o pedido de formação de federação ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até 1º de março. Com isso, as discussões devem se intensificar nos próximos dias. Na federação, os partidos ficam unidos por ao menos quatro anos. Nesse sistema, eles funcionam como apenas um nas eleições e no Poder Legislativo.
O presidente diz que o PV pode ajudar no diálogo entre PT e PSB "porque não temos horizontes majoritários para pôr na mesa". "Nosso objetivo é [a eleição] parlamentar, o que já facilita."
E, com a tarimba que os dirigentes do partido têm, nós vamos ajudar a grande concertação desses problemas regionais
José Luiz Penna, presidente nacional do PV
De acordo com Penna, "mesmo que ele [Alckmin] decida vir para o PV, acho que se mantém a federação tal qual está desenhada". "Nossa ideia é fazer uma frente democrática para conseguirmos êxito de recuperar a vida democrática e institucional brasileira, ameaçada por esse governo doido".
Mas mesmo no PV há quem entenda que não seja interessante formar a federação com PT, PSB e PCdoB caso o partido não tenha a posição de vice na chapa de Lula. Ou seja, é possível que haja saídas do PV dependendo do desfecho, segundo integrantes ouvidos pelo UOL.
Caso Alckmin opte pelo PV, o partido já avalia possíveis dividendos futuros, como a possibilidade de ele assumir o Planalto. "Com certeza, ele seria candidato a Presidência da República no futuro. Na realidade, seria vice do Lula, mas com a intenção de, um dia, ser presidente", diz Tripoli. Para esta eleição, Alckmin poderia ajudar o PV a conquistar uma bancada maior na Câmara, ainda mais junto com a federação, avalia.
Para Penna, com o retorno dos dirigentes dos quatro partidos à mesa de negociações, após a parada de final de ano, os acertos finais devem acontecer. "Não vejo nada intransponível. Não sei se estou sendo muito otimista, mas acho que vamos sair muito bem desse processo."
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