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Ciro liga mensagens vazadas da Lava Jato à operação contra ele: 'Macabros'

Colaboração para o UOL

25/01/2022 12h30Atualizada em 25/01/2022 19h36

O presidenciável Ciro Gomes (PDT) relacionou, em publicação nas redes sociais, as novas mensagens vazadas da Operação Lava Jato - publicadas hoje pelo site da revista Carta Capital - à operação em que foi alvo em dezembro do ano passado.

"Alguém terá alguma dúvida, depois de ler esta documentada matéria de Glenn Greenwald e Victor Pougy, de que a operação abusiva contra mim é remanescente da ação deste grupo fora da lei comandado por Moro e Dallagnol?", escreveu o ex-ministro da Fazenda.

Ciro foi alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal por supostas irregularidades nas obras da Arena Castelão, estádio localizado em Fortaleza e usado na Copa do Mundo de 2014.

A reportagem da Carta Capital, que dá prosseguimento à série de matérias publicadas no site The Intercept Brasil - conhecida como "Vaza Jato" -, revela que, no dia 13 de fevereiro de 2019, a procuradora Laura Tessler enviou uma mensagem perguntando se havia algo contra Ciro e Cid Gomes, e acrescentou que estaria "louquinha pra fazer uma visita pra ele [Ciro]".

"O pior é que os dois, depois de perseguirem adversários e enriquecerem com a Lava Jato, querem contaminar ainda mais o ambiente político, ganhando um novo palco para seus espetáculos macabros", completou Ciro Gomes, na publicação nas redes.

Rodrigo Maia também é citado

Atual secretário do governo João Doria (PSDB), Rodrigo Maia (sem partido-RJ) também é citado pelos procuradores nas mensagens reveladas pela Carta Capital, quando ainda era presidente da Câmara dos Deputados. Em resposta a uma matéria da Folha de S.Paulo sobre o parlamentar licenciado supostamente se irritar com Sergio Moro, o grupo lamentou pelo então ministro da Justiça não agir com a veemência necessária contra Maia.

"FDP", respondeu o procurador Athayde Ribeiro Costa sobre a notícia. "Maia está gostando do poder e com o governo fraco colocou as mangas de fora". A procuradora Jerusa Viecili ecoou a preocupação de Athayde: "nessa confusão toda que virou o pais [sic]. Maia vai crescendo. até pelas trapalhadas do executivo que acabam atingindo e diminuindo o prestígio de Moro".

Em nota enviada ao UOL pela assessoria de imprensa, Rodrigo Maia diz que as novas mensagens provam a existência de uma organização criminosa comandada por Sergio Moro.

"A forma como eles agiam era tentar constranger as pessoas através das redes sociais, inclusive usando o aparelho do Estado brasileiro, o que é crime. A Lava-Jato tentou ocupar o aparelho do Estado brasileiro. São milicianos da mesma forma", diz o secretário. "O que vemos é que foi montada uma organização criminosa para avançar em cima das instituições para que esse grupo tomasse o poder. A filiação do ministro Moro, e principalmente a do Deltan, é a prova disso."

O jornalista Márcio Chaer, responsável pelo site Conjur, também aparece nas mensagens vazadas. Os procuradores questionam também se há alguma informação sobre o editor do veículo de comunicação especializado na cobertura jurídica. Chaer já teceu críticas à Lava Jato.

A reportagem entrou em contato com o senador Cid Gomes e o jornalista Márcio Chaer, mas ainda não obteve um posicionamento.