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Chuvas em SP: 'Espero que o governo de SP reveja sua atitude', diz ministro

"O dinheiro que será disponibilizado será o necessário", disse o ministro sobre ajuda após chuvas - Marcos Corrêa/PR
"O dinheiro que será disponibilizado será o necessário", disse o ministro sobre ajuda após chuvas Imagem: Marcos Corrêa/PR

Do UOL, em São Paulo

02/02/2022 09h14

O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse hoje, em entrevista à Globonews, esperar que o governo de São Paulo "reveja sua atitude" e que embates políticos acerca das chuvas que atingiram o estado e causaram a morte de ao menos 27 pessoas são "lamentáveis".

Reportagem do UOL publicada hoje mostrou que a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) negou um pedido de verba feito pelo governo paulista para a construção de piscinões na Grande São Paulo. O pedido foi feito em fevereiro de 2020, quando a região foi atingida por fortes chuvas.

Segundo Marinho, o governo paulista enviou o ofício em 2020 solicitando recursos " tendo conhecimento da dimensão e do tamanho das nossas condições orçamentárias".

"Nós orientamos em 2020 a secretaria de desenvolvimento [sobre] a forma de obter os recursos, ou seja, trabalhando junto ao Parlamento federal, por ocasião da elaboração do Orçamento já que são obras de prevenção e de contenção e não ações emergenciais e também observando a necessidade, se fosse o caso, deles se habilitarem a recursos com orçamentos do fundo de garantia que estão disponibilizados não só para São Paulo, mas para todo o Brasil. Nós temos nesse ano mais de R$ 1,5 bilhão disponíveis para serem ofertados", respondeu ele, ao ser questionado sobre o assunto.

Segundo o ministro, até agora o estado de São Paulo não se posicionou até o momento sobre isso. "Então, é muito complicado que nesse momento em que todos temos que estar voltados para atender as vítimas esse embate político. É lamentável, espero que o governo de São Paulo reveja sua atitude".

Conforme o ministro, a orientação do presidente quando situações assim acontecem é a de que as autoridades se mobilizem e sejam efetivas, independentemente de questões políticas. Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), são adversários políticos e devem se enfrentar nas eleições deste ano.

Em nota ao UOL, a pasta chefiada por Marinho também disse repudiar o "uso político da tragédia" que causou mortes e "está sendo utilizada pelo governador de São Paulo para promover disputas políticas e eleitoreiras".

Segundo o ministério, desde 2019, foram repassados R$ 557 milhões para obras de prevenção no estado de São Paulo.

Sobre a quantia de dinheiro que deve ser destinada aos municípios atingidos, o ministro disse que ainda não há uma definição porque ainda não se sabe a dimensão do problema. "O dinheiro que será disponibilizado será o necessário", garantiu.

Bolsonaro esteve ontem em São Paulo e afirmou considerar que "faltou alguma visão de futuro" por parte de "quem construiu" residências nas áreas de risco das cidades atingidas pelas chuvas no estado.

Ele sobrevoou a região ao lado de seis ministros e se encontrou com prefeitos para debater possíveis medidas de assistência do governo federal às cidades prejudicadas. A agenda ocorreu em Francisco Morato.