Chapa Lula-Alckmin é 'chula' e Moro disputará vaga na Câmara, diz Nogueira

Um dos principais articuladores da campanha à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), disparou contra os pré-candidatos Sergio Moro (Podemos) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em entrevista ao site Metrópoles, Ciro Nogueira disse achar "difícil" que Moro continue com a candidatura ao Planalto e que ele sequer conseguirá disputar uma vaga no Senado. "Acredito que o Moro vai ser candidato a deputado federal".

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O aliado de Bolsonaro classificou como "chula" a possível aliança entre Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (SP).

"Eu imagino como que vai ser chamada essa chapa: é a junção do chuchu com o Lula. É chula. Não combina, gente. É uma tentativa de enganar o eleitor", disse Nogueira em referência ao histórico de ataques entre Lula e Alckmin, adversários por quase 30 anos.

O ministro diz que "não adianta o PT tentar enganar a população". Para ele, Lula quer descolar sua imagem da ex-presidente Dilma Rousseff, do ex-ministro José Dirceu e da presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann.

"O [ex-ministro da Fazenda Guido] Mantega já disse que não vai ser ministro, o Zé Dirceu disse que não vai ser ministro. Mas eles vão indicar os ministros", acrescentou.

Ao Metrópoles, Ciro Nogueira admitiu que tem sido procurado por interlocutores de Lula para uma possível conversa. O ministro do centrão diz ter recusado a oferta porque estará ao lado de Jair Bolsonaro. "As pessoas não iam entender um encontro meu com o presidente Lula, por mais cordial que fosse a conversa".

Questionado se o Progressistas estará com Lula, caso o ex-presidente ganhe a corrida eleitoral, Nogueira desconversou. "Isso [eleição de Lula] não vai acontecer".

Moro diz ser a 3ª via mais viável

Em entrevista à revista Veja, em janeiro, Sergio Moro avaliou que a sua candidatura é a mais viável da terceira via e disse que não pretende abrir mão "em prol de alguém que tem 1%, 2% ou 3%", numa alfinetada indireta ao governador de São Paulo, João Doria, pré-candidato pelo PSDB.

Poucos dias antes, interlocutores próximos de Moro diziam que, se ele não chegasse a 15% nas enquetes até fevereiro, ele iria abandonar a intenção de assumir o lugar de Jair Bolsonaro e seguiria a meta de ser senador em 2023.

A mais recente pesquisa PoderData, divulgada em 2 de fevereiro pelo site Poder360, mostra que o ex-presidente Lula segue na liderança para a disputa eleitoral para a Presidência, com 41% das intenções de voto, à frente do presidente Jair Bolsonaro, que ficou com 30%.

Em terceiro lugar aparecem numericamente empatados o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), ambos com 7%. Moro, no entanto, oscilou negativamente um ponto percentual em relação à pesquisa anterior, de 8% para 7%, enquanto o presidenciável do PDT subiu de 3% para 7%.

Ciro Nogueira também prevê que Bolsonaro chegará ao primeiro turno das eleições em primeiro lugar. Durante entrevista ao Metrópoles, o chefe da Casa Civil confirmou que o atual presidente deve escolher outro nome para ser seu vice-presidente.

Segundo ele, Hamilton Mourão (PRTB), "deve ser candidato ao Senado, ou pelo Rio Grande do Sul ou pelo Rio de Janeiro".