Márcio França admite ceder candidatura em SP para Fernando Haddad
Em meio a impasses sobre a disputa para o governo de São Paulo, o ex-governador Márcio França (PSB) afirmou que considera retirar sua pré-candidatura no pleito estadual a fim de compor uma chapa com Fernando Haddad (PT-SP).
"Em julho ou maio, quem estiver na frente é o candidato a governador, e o outro vai compor a chapa do jeito que der", afirmou França, em entrevista à GloboNews. "O PT topou, o Lula topou, a Glesi topou", disse. "O Haddad deve vir a topar também."
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Essa estratégia tem sido usada nos Estados em que nenhuma das duas siglas definiu quais nomes deverão lançar como candidatos próprios neste ano. Nesse cenário, os partidos indicarão o mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto.
PT e PSB tentam costurar uma federação partidária em torno ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva. Para formar a aliança, o PSB quer que o PT apoie seus candidatos em ao menos cinco Estados:
- São Paulo;
- Rio Grande do Sul;
- Espírito Santo;
- Rio de Janeiro; e
- Acre.
O Estado mais problemático é São Paulo: nos bastidores, Lula tem dito que vê uma chance real de o PT ganhar a disputa pelo governo de São Paulo, com Fernando Haddad (PT).
Antes, o PSB afirmava que só retiraria a candidatura de França se o ex-governador Geraldo Alckmin resolvesse se filiar à sigla para disputar ao governo do Estado. Agora, a composição de Alckmin como vice de Lula é dada como "quase certa".
No Rio, o PT deve declarar apoio ao deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ). Em outro aceno ao PSB, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), confirmou na semana passada que abriu mão da pré-candidatura ao governo de Pernambuco.
No Maranhão, o PT havia decidido apoiar Carlos Brandão (PSDB), vice-governador escolhido por Flávio Dino (PSB) para sua sucessão. Brandão deixará o PSDB e se filiará ao PSB.
Aposta em rejeição de Doria
Além de Haddad ter pontuado bem nas últimas pesquisas de intenção de voto, a avaliação de petistas é que a aliança com o ex-governador e ex-tucano impulsionará a candidatura de Haddad.
Outra razão apresentada por defensores da candidatura de Haddad é a rejeição do governador João Doria (PSDB-SP) no Estado, que respingaria no seu vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB-SP), que tentará sucedê-lo no Palácio dos Bandeirantes.
Doria foi eleito prefeito de São Paulo em 2016, em primeiro turno, com forte apoio de Alckmin. Em 2018, após pouco mais de um ano à frente do comando da cidade, candidatou-se a governador para suceder o padrinho político no Palácio dos Bandeirantes.
Alckmin naquele ano ficou em quarto lugar —pior desempenho de um tucano em disputa presidencial. Desde então, Doria vinha se articulando para ser o candidato do PSDB ao Planalto, escanteando Alckmin.
No fim de 2021, Doria venceu as prévias do PSDB contra Eduardo Leite (RS).
No entanto, Doria enfrenta resistência no eleitorado de São Paulo. Segundo pesquisa Datafolha, divulgada em dezembro do ano passado, ele tem rejeição de 38% dos paulistas e aprovação de 24%.
De acordo com o levantamento, na corrida pelo Bandeirantes, Geraldo Alckmin teria 28% das intenções de voto, seguido por Haddad, com 19%; França (PSB), com 13%; e Boulos (PSOL), com 10%.
Sem Alckmin na disputa e com o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB-SP), que aparece com 6% das intenções de voto, Haddad sobe de 19% para 28% dos entrevistados que declaram que votariam nele.
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