Flávio admite que opiniões de Bolsonaro sobre vacina desgastaram o governo
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) admitiu hoje que a atuação do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação às vacinas contra a covid-19 gerou um desgaste para o governo federal.
"De duas semanas ou três semanas para cá, ele já deu uma mudada na postura. Ele já entendeu que não adianta deixar coisas mal explicadas, pois serão exploradas contra ele. As pesquisas mostram que a questão da vacina gerou um desgaste. Mas Bolsonaro garantiu a vacina para todo o Brasil", declarou, em entrevista publicada hoje pelo jornal "O Globo".
Apurações da CPI da Covid, no Senado, mostraram que o Ministério da Saúde ignorou mais de 80 e-mails da Pfizer. Em março de 2021, o jornal "Folha de S.Paulo" noticiou que o governo rejeitou uma proposta de entrega de 70 milhões de doses da farmacêutica até dezembro de 2020.
Flávio diz que o presidente Jair Bolsonaro (PL) amadureceu durante os anos de governo. "Se o governo começasse hoje, com a maturidade que ele tem e o conhecimento de como lidar com a máquina pública, certamente cometeríamos muito menos erros e teríamos um mandato muito menos conflituoso."
Vacinas afetam Bolsonaro nas pesquisas, avalia Flávio
Durante a entrevista, o senador também afirma que há "pesquisas manipuladas" que apontam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança da disputa pela Presidência. Ele considera, por outro lado, que o desempenho de Bolsonaro nas intenções de votos pode ser reflexo da posição do presidente sobre as vacinas contra covid-19.
"É difícil acertar mesmo e, então, nosso termômetro é a rua. Veja onde Bolsonaro anda e como ele é recebido? O Lula não pode sair na rua que é hostilizado, como ele tem 40%? O que enxergamos nessas pesquisas é que não é um voto no Lula, mas uma certa rejeição ao Bolsonaro neste momento, muito em função da percepção de que ele seria contra a vacina."
Pesquisa da Genial Investimentos e Quaest Consultoria divulgada ontem aponta que Lula mantém a liderança nas intenções de voto para a Presidência no 1º turno com 45% — assim como a pesquisa anterior do mesmo instituto, divulgada no dia 12 de janeiro. Além disso, o petista também aparece como vencedor em todos os cenários de 2º turno testados.
O presidente Jair Bolsonaro também se manteve estável e aparece em segundo lugar com 23% na pesquisa estimulada —quando os nomes dos candidatos são apresentados aos eleitores. O ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) empatam com 7%, no terceiro lugar, ambos oscilando na margem de erro em comparação com a pesquisa anterior.
'Quem soltou o Lula foi o Moro', diz senador
Para criticar o ex-juiz e ex-ministro no governo Bolsonaro, Sergio Moro - pré-candidato à Presidência da República -, Flávio admite que o ex-chefe da Justiça e Segurança Pública cometeu irregularidades contra Lula. Ele acredita que o petista saiu da prisão por causa de irregularidades cometidas por Moro.
"Até porque, para mim, quem soltou o Lula foi o Moro. Segundo entendimento do STF, ele fez coisas que estavam fora da lei e que não precisavam ser feitas. Era só ter cumprido a lei que Lula estava preso até hoje."
Republicanos afastado
O senador Flávio Bolsonaro ainda comentou que o Republicanos se afastou do governo Bolsonaro e não tem participado do comitê de campanha.
"De fato, o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, que participou das primeiras reuniões [do comitê] não tem mais comparecido. (...) Não sei se é alguma coisa na bancada do Republicanos, dos deputados e senadores que estão insatisfeitos com alguma coisa."
O filho do presidente também confirma o nome do ministro da Cidadania, João Roma, como pré-candidato a governador da Bahia, mas defende uma aliança com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) na disputa. "No meu ponto de vista, seria uma boa aliança, só que equivocadamente o ACM Neto entende que o Bolsonaro puxa ele para baixo na questão de votos."
Flávio diz que a resistência de Neto, na Bahia, e do governador Ronaldo Caiado (DEM), em Goiás, são os principais entraves para uma aliança com o recém-lançado União Brasil, fusão entre o DEM e o PSL.
"O presidente Bolsonaro já sinalizou que tem muito interesse de conversar e resolver esses dois estados. Acho que o União Brasil está muito mais próximo de Bolsonaro do que do MDB."
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