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PSOL não vai abrir mão de Boulos e não debate com PT sobre SP, diz Medeiros

Colaboração para o UOL, em Maceió

11/02/2022 19h36

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou hoje, durante entrevista ao UOL News, que a candidatura de Guilherme Boulos ao governo de São Paulo está mantida, e ressaltou que o partido não tem conversado com o PT ou o PSB sobre a conjuntura para a disputa pelo Executivo estadual no pleito deste ano.

"O PSOL vai ter Boulos, a candidatura dele é competitiva, e [a gente] tem buscado construir entendimentos com outros partidos. Neste momento os debates [são] com a Rede, com o PDT e o PCdoB. A gente tem conversa com os partidos que não têm candidato a governador. Não faz sentido conversar com o PT nesse momento, porque o PT tem o seu candidato ao governo, que é o Fernando Haddad, uma candidatura legítima, que tem todo nosso respeito. O mesmo vale para o PSB, que tem a candidatura do Márcio França", declarou.

Medeiros lembrou que Boulos obteve votação expressiva nas eleições municipais em São Paulo no pleito de 2020, quando terminou em segundo lugar, e destacou que as pesquisas com as intenções de votos para o governo de São Paulo neste ano tem mostrado Guilherme entre os mais bem colocados.

Por isso, neste momento, o presidente do PSOL salientou que inexiste a possibilidade de retirar a candidatura de Guilherme Boulos e que tampouco há conversas no sentido de receber apoios do PT ou do PSB ao candidato do partido.

"No momento, não existe a possibilidade de o Boulos desistir de sua candidatura para apoiar outro candidato. A questão depende dos esforços que estamos fazendo para fortalecer essa candidatura. Nossa decisão da candidatura do Boulos não é uma profissão de fé, não lançamos ele porque ele tem que ser candidato a governador de qualquer forma, mas porque a gente entende que ele tem condições de chegar ao segundo turno e de unir parte da esquerda de São Paulo para derrotar os tucanos."

Se os debates entre o PT e o PSOL estão travados a nível estadual em São Paulo, no espectro nacional a legenda decidiu hoje dar início às negociações para que apoiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência.

No UOL News, Juliano Medeiros destacou que a pretensão do PSOL é construir uma unidade entre as siglas de esquerda a fim de derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL) "já no primeiro turno", mas ressaltou a oposição do partido à chapa formada por Lula e Geraldo Alckmin, pois seria "incoerente" ter o ex-governador paulista em uma aliança de esquerda.

"Em nenhuma hipótese o PSOL fará campanha para Geraldo Alckmin, mesmo que ele venha a ser vice do Lula, não é para ele que nós faremos campanha. Não faz sentido que uma frente de esquerda que abrace um programa com medidas antineoliberais, tenha como vice alguém que bancou e apoiou toda essa agenda de ataques aos trabalhadores", contou, ressaltando não ter visto "nenhuma autocrítica do Geraldo Alckmin por ter apoiado essa agenda que levou o país à tragédia social e econômica que estamos vivendo".