Dilma sobre ataque a Míriam Leitão: Bolsonaros têm compromisso com tortura
A ex-presidente Dilma Rousseff comentou os ataques à jornalista Míriam Leitão, feitos nas redes sociais pelo deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ontem, Eduardo Bolsonaro respondeu a um artigo da jornalista que dizia que o presidente Jair Bolsonaro (PL) é um inimigo da democracia.
Em seu Twitter, o deputado escreveu "ainda com pena da cobra". Míriam Leitão foi presa e torturada durante a ditadura militar. Ela relata que em uma das sessões de tortura, quando estava grávida, foi trancada em uma sala junto com uma jiboia.
"Os Bolsonaro têm compromisso com a tortura", disse Dilma. Também vítima de sessões de tortura durante a ditadura, Dilma lembrou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma homenagem ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra durante sessão sobre a abertura de processo de impeachment contra ela. A ex-presidente também ressaltou que o presidente "desrespeitou o pai do ex-presidente da OAB", morto pela ditadura.
"Agora, o filho segue a tradição, num desprezível ataque a Miriam Leitão", escreveu.
Integrante de movimentos armados de esquerda contra a ditadura, a ex-presidente Dilma foi presa em janeiro de 1970 em São Paulo, aos 22 anos, e passou quase três anos na cadeia.
Políticos prestam apoio a jornalista
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou sua solidariedade à jornalista Míriam Leitão: "Comemorar o sofrimento alheio é perder de vez a humanidade". Outro presidenciável que se manifestou sobre o assunto foi o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que chamou Eduardo Bolsonaro de "verme".
O ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil) classificou o episódio como "inaceitável". Já o pré-candidato à Presidência pelo Avante, André Janones, também comentou o assunto. Segundo ele, o ataque a Míriam Leitão foi covarde e inescrupuloso. "É impossível de explicar que tipo de ser humano debocha do fato de uma mulher grávida ter sido torturada?".
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