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Oyama: Se reeleito, Bolsonaro trabalhará para tirar Moraes e Barroso do STF

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/04/2022 20h34

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem dito a auxiliares, incluindo pelo menos um ministro, que, se for reeleito, trabalhará pelo impeachment dos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso do STF (Supremo Tribunal Federal). A informação é da colunista Thaís Oyama, em participação no videocast O Radar das Eleições, do UOL.

A jornalista disse que o presidente da República usa artifícios e discursos contra a Corte, como no caso do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), para ganhar a eleição e, em suas apurações, não vê indícios da preparação de um golpe de Estado.

"[Bolsonaro] diz o tempo todo que a primeira coisa que ele vai fazer, se ganhar a eleição, vai ser trabalhar pelo impeachment de Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso no STF. Isso não é coisa de quem quer dar golpe, e sim de quem quer ganhar a eleição", disse Oyama.

Segundo as informações da colunista, Bolsonaro vai continuar "esticando a corda" na briga política com o STF, pois, na interpretação do Palácio do Planalto, "ele não tem nada a perder."

"É um ganha-ganha para ele", resumiu.

"Se ele conseguir emplacar o indulto ao deputado bolsonarista Daniel Silveira, vai continuar fazendo sucesso entre parte dos parlamentares que acha que o STF joga contra ele; dos evangélicos que considera que o STF é um braço progressista, no sentido pejorativo, que só quer defender o aborto de anencéfalos e o casamento gay; e vai agradar, como já agradou, os militares, que consideram que o STF é um braço jurídico do lulismo", detalhou Oyama.

"Se ele por acaso perder essa parada com o STF e não conseguir emplacar o indulto, ele pelo menos vai ter tentado derrubar o que esses auxiliares já chamam de 'supremocracia', ou seja, a atitude totalitária que o STF tem em relação ao governo — essa é a leitura do governo Bolsonaro."

Thaís Oyama destacou que, quando se diz que Bolsonaro está tentando agir fora das "quatro linhas da Constituição", ele, na verdade, sempre fez isso. "Só que o discurso dele é que o STF fez primeiro."

"Não vejo na minha apuração em nenhum momento gente do governo falando em golpe. O que vejo é o Bolsonaro usando desses artifícios, artimanhas e discursos para ganhar a eleição."

Assista na íntegra O Radar das Eleições: