Topo

Esse conteúdo é antigo

Filho de Bolsonaro diz à PF que recebeu dicas de lobista para abrir empresa

Jair Renan Bolsonaro, ao lado do advogado Wassef, em entrevista à SBT - Reprodução / SBT
Jair Renan Bolsonaro, ao lado do advogado Wassef, em entrevista à SBT Imagem: Reprodução / SBT

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

17/05/2022 18h49

O empresário Renan Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), disse à PF (Polícia Federal) que recebeu dicas do lobista Marconny Albernaz de Faria para criar a empresa Bolsonaro Jr Eventos, inaugurada em novembro de 2020 num camarote dentro do estádio nacional Mané Garrincha, em Brasília.

Segundo depoimento à PF, Faria teria orientado Renan a buscar o advogado William de Araújo Falcomer dos Santos, que viria a atuar como despachante no processo de abertura da firma junto ao Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial). O órgão é responsável por registrar patentes e marcas de empresas e produtos.

"Bora resolver as questões dos seus contratos!! Se preocupe com isso. Como te falei, eu e o William estamos a sua disposição para te ajudar", diz o lobista a Renan. O filho do presidente responde: "Show, irmão. Eu vou organizar com Allan a gente se encontrar e organizar tudo".

Allan Lucena, citado por Renan nas conversas, é sócio do influenciador digital.

Denúncia tem fins políticos, diz defesa de Renan

O lobista é apontado pela CPI da Covid como intermediário da Precisa Medicamentos, que fechou contrato com o Ministério da Saúde de mais de R$ 1 bilhão para venda de vacina contra Covid —o contrato foi suspenso por suspeita de irregularidade.

A investigação na PF foi aberta depois de conversas no telefone do lobista terem sido copiadas a pedido do MPF (Ministério Público Federal) e enviadas para a comissão. Segundo os autos, Renan trocou ao menos 100 mensagens com Faria.

Ao UOL, o advogado Frederick Wassef, que atua na defesa de Renan Bolsonaro, emitiu a seguinte nota:

"Essa investigação nasceu por requerimento de dois parlamentares comunistas, Ivan valente e Randolfe Rodrigues. Eles requereram ao MPF a investigação, que, por sua vez, oficiaram a PF, que instaurou o inquérito. Não há absolutamente nada em desfavor de Renan Bolsonaro no processo. O que há é uma perseguição a seu pai, presidente Jair Bolsonaro, com fins políticos. Há um desvio nítido de finalidade com uso da máquina pública".