Em ataque a Moraes, Bolsonaro defende PCO, partido de extrema-esquerda
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ao sair em defesa do PCO (Partido da Causa Operária), de extrema-esquerda, após o ministro incluir a sigla no inquérito das fake news.
Ontem eu estive com o vice mundial do Telegram e com o representante nacional e ele autorizou eu abrir parte da conversa. Estão sendo ameaçados de banimento pelo ministro Alexandre de Moraes se não excluírem a página do PCO. O que é PCO, meu Deus do céu? É ultrarradical de esquerda. Deixa a página deles aberta, pô. Jair Bolsonaro em um evento com empresários no Rio de Janeiro
E continuou: "[Isso acontece] porque chamaram lá o Moraes de skinhead de toga. E o que me chamam o tempo todo nas redes sociais? Agora em cima disso banir o Telegram, que tem eu não sei quantos, mas talvez tenha 70 milhões de usuários. Banir a troco de quê? Eu não posso tudo e como é que alguém do outro lado da pista que querer tudo? Nós temos que preservar a nossa liberdade acima de tudo".
O presidente não citou, mas as publicações do partido de extrema-esquerda feitas pelas redes sociais chamavam o Moraes de "skinhead de toga", acusava o tribunal de "fraudar as eleições" e defendia a dissolução do STF. "É preciso adotar uma política concreta contra a ditadura do STF. Lutar pela dissolução total do tribunal e pela eleição dos juízes com mandato revogável", escreveu o PCO em uma das publicações.
No despacho, Moraes determinou ainda o bloqueio dos perfis do PCO em Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, Telegram e TikTok. O ministro também mandou que o corregedor-geral eleitoral, ministro Mauro Campbell, seja oficiado para apurar possível violação à resolução que veda o compartilhamento de fatos inverídicos contra o processo eleitoral.
"O que se verifica é a existência de fortes indícios de que a infraestrutura partidária do PCO, partido político que recebe dinheiro público, tem sido indevida e reiteradamente utilizada com o objetivo de viabilizar e impulsionar a propagação das declarações criminosas, por meio dos perfis oficiais do próprio partido, divulgados em seu site na internet", disse Moraes.
Segundo o ministro, há "relevantes indícios" de utilização de dinheiro público por parte do presidente do partido para "fins meramente ilícitos", como a divulgação de ataques às instituições.
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