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Em fórum em SP, Bolsonaro volta a atacar Fachin, STF e esquerda

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

14/06/2022 11h04Atualizada em 14/06/2022 12h00

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou hoje a atacar o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, e levantar dúvidas infundadas quanto à confiabilidade do voto eletrônico. Em discurso durante um fórum de empresários realizado em São Paulo, Bolsonaro também atacou o STF (Superior Tribunal Federal) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No decorrer do evento, que contou com a presença de políticos e empresários na plateia, Bolsonaro contestou o sistema eleitoral brasileiro e disse "não ter medo" das eleições. Em suas críticas, o chefe do Executivo também mirou, mais uma vez, o ministro Fachin.

"Não podemos admitir no Brasil que um presidente da Câmara, do Senado ou do Supremo, ou alguns integrantes tenham o poder absoluto. 'Eu quero, eu não quero, eu desmonetizo, eu processo, eu abro o inquérito, que se exploda o Ministério Público'. O que está em jogo?", questionou ele.

"Chegas de bananas e demagogos na política brasileira que ficam falando bonito para vocês e, por trás, fazem outra coisa. Ninguém pode tudo", acrescentou, na sequência.

Bolsonaro voltou ainda a citar a presença das Forças Armadas na comissão de transparência criada pelo TSE para acompanhar o processo eleitoral.

O presidente tem cobrado publicamente que o TSE dê ouvidos a sugestões feitas pelos militares, que teriam identificado, segundo versão oficial, centenas de "vulnerabilidades" no sistema eleitoral eletrônico. Ontem, o TSE divulgou uma nota com o balanço das sugestões feitas pelas Forças Armadas e pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e diz ter acolhido dez entre quinze. A corte eleitoral diz também que analisará outras quatro no próximo ciclo eleitoral e rejeitou uma sugestão.

Bolsonaro também fez críticas a decisões proferidas pela Suprema Corte, e citou como exemplo a criminalidade nas comunidades do Rio de Janeiro.

"Os morros do Rio, onde o Fachin disse que a polícia não podia entrar nem sobrevoar helicópteros, estão cheios de fuzil. [Os morros] viraram um refúgio para bandidagem. Parabéns, ministro Fachin. Tremenda colaboração para o narcotráfico. Ora, isso é fake news ou verdade? Não podemos criticar decisões deles? Por que não? Quem eles pensam que são?", afirmou Bolsonaro, em tom alterado.

Fachin é relator da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 635, que determinou a elaboração de um plano de redução da letalidade policial em comunidades do Rio de Janeiro.

Na abertura do evento, o presidente também disse que "seria bom se esses três países [ambos governados pela esquerda] mais os oito que fazem fronteira conosco fossem prósperos."

"Mas tem aqui, na América do Sul, parecem uma cabeça de burro que força a gente para o lado esquerdo", ironizou, sem nominar os países.