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Conselho de Ética da Câmara rejeita ação em que PSOL pede cassação de Lira

Arthur Lira e Glauber Braga - Reprodução de vídeo
Arthur Lira e Glauber Braga Imagem: Reprodução de vídeo

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

21/06/2022 18h52

O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Paulo Azi (União-BA), rejeitou hoje analisar um pedido de cassação protocolado pelo PSOL contra presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) por suposta quebra de decoro. A ação foi apresentada após discussão de Lira com o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), no fim de maio.

Na avaliação de Azi, o requerimento apresentado pelo PSOL é um "absoluto descabimento". Segundo ele, os fatos narrados pelo PSOL não configuravam quebra do decoro por parte de Lira. Ao UOL, Braga classificou a ação do conselho como vergonhosa: "Tenho que repetir a expressão usada no plenário: ação vergonhosa. O conselho deveria ser da ética. Mas, com o que fez hoje, o presidente do colegiado parece estar querendo transformá-lo em conselho do Lira".

Glauber é alvo do Conselho de Ética

Na semana passada, o Conselho de Ética da Casa abriu processo contra Glauber. O pedido foi feito pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Segundo a sigla, o comportamento do congressista durante sessão de votações em 31 de maio, foi "desrespeitoso e agressivo" contra Lira.

"Nos últimos anos o deputado Glauber Braga, abusando de sua imunidade material, tem se comportado em plenário de modo desrespeitoso e agressivo, ofendendo a honra de outros parlamentares e lesando a imagem desta Casa", diz o texto, assinado pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.

Na ação, o PL pede a perda de mandato de Glauber Braga. Ao UOL, o congressista informou que apresentará sua defesa.

"O presidente da Câmara dos Deputados anunciou, em uma reunião com líderes partidários, que colocaria em votação no Plenário da Câmara um projeto de entrega do controle acionário da Petrobras por maioria simples, e eu fiz uma fala no plenário da Câmara perguntando se ele não tinha vergonha de fazê-lo. Isso foi suficiente para que ele se articulasse com o PL e desse entrada em uma representação pedindo a cassação da minha atividade como deputado federal", afirmou.

Relembra a briga

O pedido de cassação ocorre depois de o congressista ter discutido com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), durante votação de uma medida provisória que altera os incentivos para indústria química e favorece a produção de fertilizantes. "Senhor Arthur Lira, eu queria saber se o senhor não tem vergonha. Gostaria de saber se o senhor não tem vergonha?", indagou o parlamentar do PSOL.

O microfone de Glauber, então, ficou mudo. Nesse momento, Lira afirmou que não abriria o microfone para o colega. "Peço-lhe só que se contente. Faça suas críticas, faça seus comentários, mas não venha com palavras de baixo calão, porque só falta o senhor chamar qualquer deputado para briga neste plenário. Se o senhor faltar com respeito, não lhe darei a palavra", disse. "Tem que ter decoro neste plenário, rapaz. Não vai tumultuar a sessão sozinho. Vossa Excelência, pelo que disse aqui, já responderá no Conselho de Ética", disse Lira.

Lira ameaça retirar Glauber à força do plenário, insinua que vai cassar o seu mandato e corta o seu microfone. Deputados da direita comemoram. Glauber não recua e parte pra cima do ditador que quer privatizar a Petrobras! pic.twitter.com/y1blOfaQFR

-- Glauber Braga (@Glauber_Braga) June 1, 2022