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Bolsonaro volta a defender ex-ministro Milton Ribeiro: 'preso injustamente'

Do UOL, em São Paulo

26/06/2022 21h14

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a defender o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Dessa vez foi em entrevista concedida ao programa 4x4 exibido no YouTube, nesta noite (26). Ele disse que, na sua opinião, não há indícios mínimos de corrupção.

De acordo com o presidente, foi o ex-ministro que pediu à CGU (Controladoria Geral da União) fizesse um "pente-fino" em contratos de pessoas próximas a ele.

"E até que aconteceu o dia D, o dia da prisão do Milton. Deixo claro vocês já divulgaram aí que o Ministério Público foi contra a prisão do Milton. Não tinha indícios mínimos ali de corrupção por parte dele. E no meu entender, ele foi preso injustamente", disse Bolsonaro.

Mas a pergunta que abriu a entrevista foi sobre o ex-presidente Lula (PT) — rival direto de Bolsonaro nas eleições presidências deste ano. Foi se ele havia apreendido "alguma coisa com o Lula e o que seria".

Respondeu Bolsonaro: "(Lula) Chegando ao poder foi só decepção. Mergulhou o país crise nunca vista no tocante à corrupção. E podemos dizer que ele governou de 2011 a 2015, já que ele indicou a sua pupila Dilma Rousseff. E ele tinha uma enorme influência no governo. Basta lembrar 2014 2015, nós perdemos 3 milhões de empregos no Brasil. Praticamente uma recessão. Eu chamo de recessão da corrupção. O que se aprendeu com o Lula? O que nós não podemos usar na nossa vida. É um professor em corrupção em nosso país".

Bolsonaro diz que "bota a mão no fogo" por Ribeiro

Na última quinta-feira (23), Bolsonaro já havia defendido Ribeiro, preso em operação da PF que apura indícios de pagamento de propina e atuação de lobistas no processo de liberação de verbas do ministério a municípios.

Bolsonaro aproveitou a live para criticar o juiz federal Renato Borelli que determinou a prisão do ex-ministro. Em junho, o juiz determinou que Bolsonaro usasse máscaras em espaços públicos de Brasília, sob pena de multa em caso de descumprimento.

Na transmissão, Bolsonaro chegou a falar que "exagerou" ao dizer, em março, que "botava a cara no fogo" por Ribeiro. Mas afirmou que "bota a mão no fogo" não só pelo ex-ministro da Educação como por outros ministros do governo.

Na transmissão ao vivo, Bolsonaro argumentou que "o tipo de corrupção da qual Ribeiro é acusado não se compara a casos de governos anteriores" por se tratar de suposto tráfico de influência na liberação de recursos da pasta a prefeituras por intermediação de dois pastores. Bolsonaro disse que Milton "nem deveria ter sido preso".

As declarações de Bolsonaro na live de quinta-feira diferem das dadas anteriormente quando aconteceu a prisão. "Ele que responda pelos atos dele", afirmou. "Se a PF prendeu, tem um motivo. (...) Se tiver algo de errado, ele vai responder. Se for inocente, sem problema; se for culpado, vai pagar. O governo colabora com a investigação. A gente não compactua com nada disso", disse em entrevista à Rádio Itatiaia.

Na live, após a soltura do aliado, Bolsonaro minimizou a prisão ao apontar que a investigação da PF, que culminou na prisão de Milton, "foi um efeito do trabalho da CGU (Controladoria-Geral da União), que teria sido avisada do caso por Ribeiro sobre atitudes suspeitas" no trabalho dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura dentro do ministério. Santos e Moura não tinham cargo no MEC e também foram detidos na operação da PF, mas soltos hoje.

"No final da investigação da Polícia Federal, que levou em conta o trabalho da CGU, pedido pelo Milton, então o juiz decretou a prisão e o processo em segredo de justiça. Fiquei sabendo pela manhã que a PF foi na casa do Milton, é constrangedor, não há dúvida, ninguém quer visita da Polícia Federal em casa, eu fiquei chateado. Logo a imprensa quis colar em mim a imagem de corrupto, de não sei o que, bem o que aconteceu, foi impetrado um habeas corpus e foi levantado sigilo do processo."