Bolsonaro acusa Lula por morte de Celso Daniel; petista revida: 'Mentiroso'
Durante sua live semanal das quintas-feiras, o presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou sem provas hoje o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de ser "mentor" do assassinato do ex-prefeito Celso Daniel. Horas depois, o petista emitiu nota chamando o chefe do Executivo de "mentiroso".
"O senhor Bolsonaro é mundialmente reconhecido como um mentiroso, que fala coisas sem base ou prova nenhuma. Lamentamos a reprodução irresponsável das suas falas sem nenhuma base sobre os mais diversos assuntos - como pandemia e economia", falou a assessoria do ex-presidente, em nota.
Na transmissão ao vivo, Bolsonaro atacou as urnas, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e seu maior rival no pleito, Lula. "Não adianta falar que o outro lado está envolvido com as Farc, que o mentor da morte de Celso Daniel é o candidato deles, não vale nada", disse em referência ao petista.
Celso Daniel, então prefeito de Santo André (SP), foi sequestrado em 18 de janeiro de 2002 e encontrado morto dois dias depois, com marcas de tortura e tiros em uma estrada em Juquitiba (SP). Também do PT, ele tinha sido escolhido para coordenar a campanha de Lula para a presidência em outubro daquele ano.
Celso foi sequestrado após sair de um restaurante no bairro dos Jardins, na capital paulista. O primeiro inquérito da Polícia Civil de São Paulo, concluído em abril daquele ano, apontou que uma quadrilha da favela Pantanal, da zona sul de São Paulo, havia cometido o crime —um crime comum, sem motivações políticas.
Essa versão, com o passar dos anos, foi desconsiderada. As investigações continuam em aberto e documentos obtidos pela revista Veja apontam que o MP (Ministério Público) não descarta conexão do crime com "indícios de ligações com esquema de arrecadação de 'propinas'".
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