Juiz que mandou prender Ribeiro tem carro vandalizado com fezes e ovos
O juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, responsável por mandar prender o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi alvo de ataques hoje em Brasília (DF). O carro do magistrado foi vandalizado com fezes de animais, estrume, terra e ovos enquanto ele dirigia.
O TRF-1 já tomou conhecimento sobre o caso. Borelli não se feriu hoje, mas tem sido vítima de ataques e ameaças desde que decretou a prisão preventiva de Ribeiro, em 22 de junho.
A Operação Acesso Pago, da Polícia Federal, investiga acusações de um gabinete paralelo no MEC (Ministério da Educação) e mira também em dois pastores, Gilmar dos Santos e Arilton Moura, além de apurar indícios de pagamento de propina e atuação de lobistas no processo de liberação de verbas do ministério a municípios.
Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu o requerimento de instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do MEC que quer apurar supostas irregularidades no repasse de verbas da pasta e do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Esse é o primeiro passo para a abertura da investigação.
Em março deste ano, a Folha de S. Paulo obteve um áudio em que o então ministro da Educação Milton Ribeiro diz que o governo federal prioriza prefeituras ligadas a esses dois pastores. Sem cargos, eles atuariam em um esquema informal de obtenção de verbas da pasta.
Segundo Ribeiro, essa é uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro (PL): "Foi um pedido especial que o Presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar".
Dias depois, o então ministro foi exonerado do cargo, mas sem perder o apoio da família Bolsonaro. A primeira-dama Michelle Bolsonaro disse acreditar na inocência dele: "Só posso dizer que eu amo a vida dele. Deus sabe de todas as coisas, vai provar que ele é uma pessoa honesta, e justa, fiel e leal".
Já o presidente falou que se arriscaria por Ribeiro: "O Milton, coisa rara eu falar aqui, eu boto a minha cara no fogo pelo Milton. Minha cara toda no fogo pelo Milton".
Em uma live, Bolsonaro ainda classificou como "covardia" a pressão para que Ribeiro deixasse o cargo e disse que a situação expressava a falta de corrupção em seu governo.
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