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Políticos reagem a assassinato de petista: 'Legado de Bolsonaro'

Marcelo Arruda comemorava seus 50 anos com uma festa temática do PT e com foto do ex-presidente Lula - Reprodução/Redes sociais
Marcelo Arruda comemorava seus 50 anos com uma festa temática do PT e com foto do ex-presidente Lula Imagem: Reprodução/Redes sociais

Ana Paula Bimbati e Mariana Durães

Do UOL, em São Paulo

10/07/2022 15h39

Políticos se manifestaram nas redes sociais neste domingo (10) sobre o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, que era filiado ao PT. O presidente Jair Bolsonaro (PL) e principais políticos apoiadores não comentaram o caso até o fechamento deste texto.

Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato a deputado federal por São Paulo, disse que o episódio é uma consequência do "legado de Jair Bolsonaro [PL] para o país".

"Não são dois lados da mesma moeda. O bolsonarismo prega a morte, a tortura e leva a assassinatos políticos", escreveu Boulos.

Arruda foi assassinado na madrugada de hoje, em Foz do Iguaçu (PR), pelo agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho. Ele comemorava seus 50 anos com uma festa temática com bandeiras do PT e a foto do ex-presidente e pré-candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Guaranho atirou contra Arruda, que revidou. Segundo testemunhas, o agente penitenciário invadiu a festa e começou a xingar quem estava lá e a gritar "aqui é Bolsonaro".

Inicialmente, a Polícia Civil disse em nota enviada à imprensa ao meio-dia que tanto Arruda quanto Guaranho morreram. O agressor, porém, sobreviveu. A informação foi retificada durante a tarde pela corporação.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também comentou o caso e disse que todos, "especialmente os líderes políticos", devem "lutar para combater este ódio, que vai contra os princípios básicos da vida em família, em sociedade e em uma democracia".

No dia seguinte, o presidente do Senado voltou a falar do assassinato e usou a expressão "momento político de ódio"

Fernando Haddad, pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PT, definiu o assassinato como "brutal". "Minha solidariedade aos filhos, esposa e amigos. Esse não é o Brasil que conhecemos e amamos", escreveu o petista.

A pré-candidata à Presidência pelo MDB, Simone Tebet, disse que o caso deve "soar o alerta definitivo" de que "adversário não é inimigo" e que demonstrações de intolerância, ódio e violência política não podem ser admitidas. A senadora se solidarizou com as duas famílias.

"Esse tipo de conflito nos ameaça enormemente como sociedade", escreveu.

O também pré-candidato à Presidência André Janones (Avante) disse ser inexplicável "essa paixão que leva um ser humano odiar o outro por convicções políticas diferentes" e que o debate ideológico "sem qualquer base racional leva a tragédia que vamos lamentar profundamente".

O ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil), que foi ministro de Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro, também comentou o caso. "Precisamos repudiar toda e qualquer violência com motivação política ou eleitoral. O Brasil não precisa disso."

"A intolerância mata, acaba com famílias e faz o ódio vencer", escreveu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Ele disse ainda que o povo tem sido estimulado e manipulado pelo discurso "sombrio" de Bolsonaro, "que prefere o sangue derramado ao diálogo".

Arruda também foi candidato a vice-prefeito em Foz do Iguaçu nas eleições de 2020. Segundo relatos, já Guaranho era apoiador de Bolsonaro. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, lamentou a morte de Arruda e afirmou que é uma tragédia "fruto da intolerância dessa turma".

Ciro Gomes (PDT), pré-candidato à Presidência da República, disse que o "ódio político" precisa acabar para evitar "tragédias de proporções gigantescas". Ainda não há informações sobre o velório.

"A violência política incentivada por Bolsonaro deixa um rastro de sangue pelo Brasil. Intolerável!", escreveu Sâmia Bonfim (PSOL-SP).

Pré-candidata a deputada federal por São Paulo, a ex-ministra Marina Silva (Rede) disse que a morte do petista é "consequência da guerra 'bem contra o mal' invocada por Bolsonaro que gera dor, medo e lágrimas para todos os lados". A política pediu um "basta" na "política de violência".

Ódio estimulado por Bolsonaro, diz Lula

Lula se manifestou nas redes sociais e disse que "uma pessoa com intolerância ameaçou" e atirou contra o militante. "Duas famílias perderam seus pais. Filhos ficaram órfãos, inclusive os do agressor. Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marcelo Arruda", escreveu o petista.

Marcelo Arruda comemorou aniversário de 50 anos com temática petista em Foz do Iguaçu (PR) - Reprodução/Twitter/@gleisi - Reprodução/Twitter/@gleisi
Marcelo Arruda comemorou aniversário de 50 anos com temática petista em Foz do Iguaçu (PR)
Imagem: Reprodução/Twitter/@gleisi

O ex-presidente também pediu "compreensão e solidariedade" com os familiares de Guaranho, "que perderam um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado por um presidente irresponsável", referindo-se Bolsonaro.