Bolsonaro diz que falará com presidente da Ucrânia por telefone no dia 18
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse hoje que tem um telefone marcado com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, na próxima segunda-feira (18). Entre outros assuntos, eles devem conversar sobre o conflito no país europeu, que está sob ofensiva da Rússia desde fevereiro.
Este será o primeiro diálogo entre os dois líderes desde o começo da guerra. Bolsonaro é visto com ressalvas pela comunidade ucraniana, pois mais de uma vez declarou posição de neutralidade em relação ao conflito no leste europeu.
O presidente brasileiro visitou a Rússia, país agressor, e teve um encontro com Vladimir Putin pouco antes dos primeiros disparos de artilharia.
A seus apoiadores, o mandatário do Palácio do Planalto tem defendido a tese de que a agenda foi fundamental para que o país garantisse a compra de fertilizantes e insumos necessários ao agronegócio.
"No próximo dia 18, tenho um telefonema acertado com o Zelensky. Assim como, depois da minha visita à Rússia, antes do conflito, tive uma outra conversa com o presidente Putin. E nós queremos cada vez mais fazer o possível pela paz. Sabemos que a verdade muitas vezes machuca, mas não tem outro caminho sem ser através dela para buscarmos um convívio pacífico entre os povos."
A declaração ocorreu durante pronunciamento oficial de Bolsonaro sobre o encontro de hoje com a presidente da Hungria, Katalin Novák, no Palácio do Planalto, em Brasília.
O presidente disse ainda entender que as duas nações compartilham dos mesmos valores.
"Temos muita coisa em comum, em especial a defesa dos valores familiares. Somos pela liberdade religiosa, pela liberdade de imprensa. Eu disse-lhe agora pouco que tenho um rito. Todo dia, ao me levantar e antes de ir à Presidência, dobrar os joelhos, rezar um Pai Nosso e pedir que o povo brasileiro não experimente as dores do comunismo."
Katalin é aliada do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, símbolo da extrema-direita mundial e com quem Bolsonaro compartilha a pauta conservadora.
Em fevereiro, Bolsonaro visitou a Hungria após a passagem pela Rússia. Em aceno à sua base de apoiadores mais radicalizada em ano eleitoral, o presidente chamou Orbán de "irmão" e destacou a comunhão de valores entre seu governo e o do país europeu.
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