Bloomberg alerta sobre ataques de Bolsonaro à democracia: 'Mundo deve agir'
A rede de notícias norte-americana Bloomberg divulgou em seu site hoje um editorial no qual cobra de líderes mundiais ações contra os frequentes ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) à democracia.
O texto diz que, em quatro anos de governo, Bolsonaro fez pouco para garantir o compromisso com a democracia.
"Ainda não se sabe se tal fanfarronice se traduz em um esforço conjunto para rejeitar um resultado desfavorável nas eleições presidenciais de outubro. Mas a mera possibilidade de uma crise eleitoral no maior país da América Latina é algo que os outros líderes do Brasil - com a ajuda do mundo democrático - devem agir agora para evitar".
No último dia 24, quando foi oficializado candidato à reeleição, Bolsonaro fez diversos ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas, e também ao STF (Supremo Tribunal Federal). O público reagiu com gritos de "o Supremo é o povo". Bolsonaro chegou a convocar um ato para o dia 7 de setembro, dizendo que os "surdos de capa preta" precisam entender o que é a voz do povo.
A Bloomberg ressalta que o presidente negou que queira dar um gole de Estado, porém, diz que há "resultados menos extremos que ainda seriam devastadores". O veículo norte-americano diz que o Brasil "corre o risco de sofrer uma paralisia".
"Surtos de violência podem levar à intervenção militar, e uma divisão nas forças de segurança mais amplas não é inconcebível, dado o apoio mais entusiástico da Polícia Militar. Qualquer movimento para rejeitar ou desacreditar os resultados exacerbaria a desconfiança dos brasileiros nas instituições governamentais, em um momento em que o descontentamento com os frutos da democracia já está em alta".
No editorial, a rede de notícias cobra que os Estados Unidos reiterem a confiança nas instituições democráticas brasileiras e autoridades eleitorais por meio de visitas públicas de altos funcionários do governo Joe Biden.
Em visita ao Brasil, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd J. Austin III, afirmou em Brasília que "a democracia é o símbolo das Américas" e que as nações do continente compartilham valores comuns, tais como "compromisso com o estado democrático de direito" e "devoção à democracia".
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