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Sem citar ameaça de Bolsonaro, Pacheco defende urna eletrônica e elogia TSE

DO UOL, em Brasília

03/08/2022 16h12Atualizada em 03/08/2022 17h00

Sem citar os diversos ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu hoje (3), em pronunciamento feito na tribuna da Casa, a legitimidade das urnas eletrônicas. O senador também elogiou os trabalhos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e de seus ministros, e afirmou que o resultado das eleições deve ser reconhecido logo após proclamado.

"Como tenho repetido em minhas falas nesta Casa e fora dela, eu tenho plena confiança no processo eleitoral brasileiro, na Justiça Eleitoral e nas urnas eletrônicas, por meio das quais temos apurado os votos desde 1996. Sei que essa posição é amplamente majoritária tanto no Senado quanto no Congresso Nacional", disse Pacheco na volta do recesso legislativo.

O presidente do Senado citou nominalmente o "trabalho exitoso" do presidente da Corte Eleitoral, Edson Fachin, e disse mostrar confiança de que terá continuidade na futura gestão de Alexandre de Moraes, que toma posse no próximo 16.

Pacheco afirmou ainda que o resultado das urnas é a "resposta legítima da vontade popular". "Legitimidade que deve ser reconhecida, assim que proclamado o resultado."

Apelo à população

O senador convocou a população a "aderir com convicção" o apelo de proteger as instituições democráticas e pacificar os ânimos. "Nossas instituições são fortes; mas somente permanecerão a sê-lo se continuarem a contar com a adesão convicta do corpo de cidadãos a cujo bem-estar são destinadas", pediu.

Ele não citou as declarações de Bolsonaro, de que poderia não reconhecer o resultado do pleito deste ano — o atual mandatário é candidato à reeleição e está atrás de seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas pesquisas de intenção de voto.

"A democracia, como sabemos, pressupõe a realização de eleições livres e periódicas. O rito eleitoral confere protagonismo à vontade popular, garantindo que os verdadeiros detentores do poder possam livremente escolher seus governantes", completou Pacheco.

Atos em 7 de setembro

Pacheco citou também a celebração do 7 de setembro, e a relacionou às eleições de 2 de outubro. "Eu, sinceramente, tenho convicção de que esses dois grandes acontecimentos se irmanarão em seu profundo significado cívico e serão marcados pela renovação de nosso amor pelo País e de nosso compromisso com a sociedade brasileira."

O presidente do Senado, porém, ignorou as convocações de Bolsonaro para atos no Dia da Independência. No ano passado, o presidente participou dos atos com apoiadores e fez uma série de ameaças ao Supremo e às instituições. À época, ela já afirmou que as eleições eram uma "farsa" e que só sairia da Presidência "preso ou morto".

No fim do mês passado, durante convenção do PL que oficializou a candidatura à reeleição, Bolsonaro convidou o povo para ir às ruas no 7 de setembro. Sem especificar por que, disse que a manifestação da Independência será "a última vez" que os apoiadores irão às ruas.