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Cunha declara estar R$ 12 milhões mais rico, em sua volta às urnas

4.mai.2016 - Então presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, em votação sobre renegociação de dívidas de produtores rurais - Wilson Dias/Agência Brasil
4.mai.2016 - Então presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, em votação sobre renegociação de dívidas de produtores rurais Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

05/08/2022 14h23

O ex-presidente da Câmara das Deputados Eduardo Cunha (PTB-SP) declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um patrimônio de R$ 14,1 milhões. O valor é R$ 12,4 milhões superior ao apresentado em 2014, quando ele concorreu ao posto pela última vez. Procurada pelo UOL, a defesa de Cunha não quis se manifestar.

A Câmara aprovou, em 2016, a cassação do ex-congressista, acusado de montar um esquema para esconder no exterior patrimônios e o recebimento de propina. Em março deste ano, o ex-congressista anunciou filiação ao PTB e a intenção de concorrer como deputado federal por São Paulo.

Atualmente, o MPF (Ministério Público Federal) contesta decisão em que o desembargador Carlos Pires Brandão, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), autorizou o político a disputar as eleições deste ano. Antes da decisão, Cunha havia perdido os direitos eleitorais até janeiro de 2027. Foi cassado em 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), por quebra de decoro parlamentar, sob acusação de mentir sobre ter "qualquer tipo de conta" no exterior.

"Dessa forma, a permissão constitucional para o escrutínio judicial da atuação do poder político disciplinar, que fora exercido pela Câmara Federal, constitui também uma forma de interdependência dos poderes, ao se possibilitar a cooperação entre os poderes em prol dos desígnios constitucionais, efetivando-se a proteção a direitos fundamentais que estruturam o Estado democrático de Direito", escreveu o juiz que suspendeu os efeitos de resolução em que a Câmara tornou o ex-parlamentar inelegível.

Cunha ficou preso de 2017 a 2020 pela Lava Jato, em Curitiba (PR). Depois, ficou em prisão domiciliar. Em maio de 2021, a Justiça revogou o último mandado de prisão contra ele. Em julho do mesmo ano, ele foi absolvido da acusação de tentar obstruir investigações do Ministério Público Federal no caso que ficou conhecido como "quadrilhão do MDB". A apuração ocorreu dentro de processo sobre a gravação de uma conversa do ex-presidente Michel Temer (MDB) com o empresário Joesley Batista.