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Gritos na plateia e 'cola' de Tarcísio: bastidores do debate da Band em SP

Do UOL, em São Paulo

07/08/2022 23h09Atualizada em 08/08/2022 01h14

O primeiro debate entre candidatos a governador de São Paulo, realizado hoje pela Rede Bandeirantes, teve farpas entre os candidatos, tensão na plateia e até caderno com "cola".

Participaram do debate o governador Rodrigo Garcia (PSDB), o ex-prefeito Fernando Haddad (PT), o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), o deputado Vinicius Poit (Novo) e o ex-prefeito Elvis Cezar (PDT).

A plateia foi uma das protagonistas do debate. No estúdio, com petistas à esquerda, tucanos e emedebistas à direita e bolsonaristas ao centro, os grupos aplaudiram, vaiaram, fizeram provocações e deram palpites nas respostas.

Além de membros da campanha, estavam presentes presidentes partidários, como Bruno Araújo (PSDB), Luís Marinho (PT) e Baleia Rossi (MDB), candidatos ao Senado, e outras lideranças, como a ex-ministra Marina Silva (Rede) e o ex-presidente da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) Cauê Macris (PSDB).

O primeiro ataque da noite coube a Tarcísio. Enquanto respondia a uma pergunta sobre educação de Haddad, pediu à plateia para "pesquisar no Google qual foi o pior prefeito de São Paulo". A fala também gerou a primeira reação do público, mas moderada.

Haddad respondeu na pergunta seguinte. "Pesquisa 'genocida'", disse Haddad, gerando aplausos e vaias na plateia. "Eu lamento você, na primeira resposta, já vir nessa agressividade. Você está chegando agora em São Paulo, se adeque a esse padrão de civilidade."

Após a resposta, entre vaias, ouviu-se um "Chupa!" na área onde estava o grupo do petista. O grito, ouvido em todo o estúdio, foi repreendido minutos depois pelo apresentador.

No segundo bloco, quando Garcia criticou o PT e a gestão de Haddad à frente da Prefeitura de São Paulo (2013-2016), disse que, ao tentar reeleição, o petista perdeu não só para João Doria (PSDB) e Bruno Covas (PSDB), como para brancos e nulos. Um de seus apoiadores gritou efusivamente.

O grupo de tucanos e emedebistas era o mais animado, gritando "Rodrigo! Rodrigo!" em todos os intervalos. Também eram os que mais interferiam no debate, rindo alto até quando Elvis citou, mais uma vez, sua gestão à frente de Santana do Parnaíba (SP).

Durante uma pergunta do Haddad sobre investimento no estado, o grupo debochou com risadas altas. Haddad se irritou e parou a resposta. O grupo petista reclamou alto e ensaiou uma vaia.

"Gostaria que o Rodrigo falasse com a sua claque para respeitar as regras do debate", reclamou Haddad ao ser interrompido por vaias tucanas mais uma vez, no terceiro bloco. Do lado petista, houve pedidos à produção para que pessoas da ala à direita fossem retiradas do estúdio.

Em rara união da plateia, quando Tarcísio afirmou que iria montar uma secretaria técnica "como aprendeu com o presidente Bolsonaro", houve risada generalizada.

tarcisio - Renato Pizzutto/Band - Renato Pizzutto/Band
Tarcísio de Freitas (Republicanos) com caderno de 'cola' durante o debate da Band
Imagem: Renato Pizzutto/Band

'Cola' de Tarcísio

Tarcísio foi o único a levar um caderninho, que consultou durante todo o debate. Enquanto outros falavam, ele folheava, lia e fazia algumas anotações na peça, que pôde ser vista na transmissão.

Nos minutos que antecederam a abertura, ele foi o único a sentar e ler a peça, enquanto os outros esperaram em pé, em silêncio.

Poit, por sua vez, optou pelos clássicos cartõezinhos com diferentes temas, também consultados brevemente enquanto outros falavam. Os demais usaram, vez ou outra, os próprios celulares.