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Bolsonaro diz que compras de prótese e Viagra pelo Exército não são absurdo

Do UOL, em São Paulo

08/08/2022 20h44

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse hoje que não considera um absurdo a compra de 35 mil comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas e os R$ 546 mil reservados para adquirir toxina botulínica, o botox, para os militares entre 2018 e 2020.

Bolsonaro tentou justificar a grande compra de Viagra, comumente utilizado para tratar disfunção erétil, reforçando que o remédio seria usado "para outras coisas".

Próteses penianas. Até brincando, foram poucas, foram 20 ou 30 [próteses]. Pô, no Exército só tem 20 brochas?! Também o comprimido Viagra: foram 300 mil comprimidos. Um cara normal vai usar uns 300 comprimidos por ano? Se botar 300 mil dividido por 300, só mil pessoas estão usando isso aí. Bolsonaro, durante participação no Flow Podcast

"Agora, o Viagra e o Cialis são usados para outras coisas. Tanto é que não foi para combater a disfunção erétil, foi para outra coisa. E não tem mulher que tira o seio? Pois é, tem cirurgia para ela também. A prótese peniana, o elemento tem relação sexual e quebrou o instrumento dele. Qualquer ministério, eu não sou ordenador de despesas, cada ministro responde por suas compras. Compra de chiclete, o pessoal da Força Aérea masca chiclete por questão de pressão. Não tem nenhum absurdo nessa questão aí", acrescentou.

O caso foi revelado pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), que compilou dados do portal da Transparência e do painel de preços do governo para apontar os gastos das Forças Armadas.

Além do Viagra e do botox, o UOL noticiou sobre um gasto de aproximadamente R$ 3,5 milhões em compras de próteses penianas infláveis pelo Exército brasileiro. Ao todo, foram adquiridas 60 próteses, variando de 10 a 25 centímetros, em três pregões diferentes. Todos foram homologados no ano passado.

Em resposta ao UOL, na época, o Exército e a Marinha disseram que os medicamentos são para tratar hipertensão arterial pulmonar, doença rara que acomete mais mulheres que homens. Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército afirmou que apenas três próteses foram adquiridas em 2021.