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'Momento de união': Lula, Ciro e Tebet fazem defesa da democracia

Do UOL em Brasília

11/08/2022 10h09Atualizada em 11/08/2022 19h58

Lideranças políticas de diferentes correntes repercutiram a carta em defesa da democracia que será lida nesta quinta-feira (11) na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo. A "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado democrático de Direito" será apresentada com mais de 910 mil assinaturas.

Líderes nas pesquisas eleitorais, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a recuperação de um Brasil "soberano e respeitado". "Defender a democracia é defender o direito a uma alimentação de qualidade, a um bom emprego, salário justo, acesso à saúde e educação", escreveu o ex-presidente, que assinou o manifesto.

Candidato do PDT à Presidência e terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, Ciro Gomes afirmou se tratar de um "momento de união de diferentes setores contra os ataques de Bolsonaro ao regime democrático".

"Um momento de união de diferentes segmentos contra os recorrentes ataques de Bolsonaro aos nossos direitos, ao sistema eleitoral e ao próprio regime democrático —que é a maior de todas as nossas conquistas", escreveu ele em uma rede social. "Este é um compromisso de todos nós", disse nas redes sociais.

A candidata do MDB, Simone Tebet, afirmou ter assinado a carta e também fez uma defesa da democracia.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, não comentou a leitura da carta pela democracia, da qual já debochou anteriormente, nem os atos pelo país, nos quais foi alvo de críticas. Nas redes sociais, ele ironizou o evento, dizendo que o "ato muito importante" do dia foi a redução do preço do diesel anunciado pela Petrobras".

O presidente do MDB, Baleia Rossi, afirmou ao UOL que é uma obrigação defender a democracia. "Está no DNA do MDB a defesa da democracia. É mais do que nossa obrigação apoiar um documento com essa finalidade. Eu acredito nas instituições e na harmonia entre os Poderes. Os brasileiros não querem retrocessos", disse Baleia Rossi.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o apoio ao documento é independente de posições políticas. "A carta mostra que tem gente decidida a defender a democracia brasileira, que não vai aceitar escalada autoritária ou desestabilização do processo eleitoral", disse a petista ao UOL.

O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi às redes sociais para dizer que o "Congresso sempre será o guardião da democracia".

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, fez uma publicação durante à tarde, citando a importância da democracia, mas sem citar diretamente os atos.

Para o deputado federal e pré-candidato ao Senado Alessandro Molon (PSB-RJ), a carta é um "basta a aspirações golpistas". "Precisamos garantir a democracia para termos condições de reconstruir nosso país. Sem isso, não há saída para o Brasil", disse.

Nas redes sociais, outros políticos também repercutiram a leitura da carta e saíram em defesa do regime democrático.

'Palco em defesa do Estado de Direito'

Às vésperas de assumir a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro so STF Alexandre de Moraes também defendeu os atos pela democracia e em mensagem nas redes sociais relembrou que a "Faculdade de Direito da USP foi palco de importantes atos em defesa do Estado de Direito e das Instituições".

O atual presidente do TSE, ministro Edson Fachin, que passara o comando da Corte a Moraes no próximo dia 16, divulgou uma carta na qual disse que a defesa da ordem democrática e da dignidade humana "impõe a rejeição categórica do flertar com o retrocesso".

Num recado a Bolsonaro, que reiteradamente diz mentiras sobre a segurança das unas eletrônicas, Fachin escreveu, sem citar o nome do presidente, que a sociedade não pode adiar "a coibição de práticas desinformativas que pretendem, com perfumaria retórica e pretextos inventados, justificar a injustificável rejeição do julgamento popular".