Bolsonaro diz que rachadinha é 'comum' e que prevê manter Guedes e auxílio
Em entrevista ao podcast "Cara a Tapa", no YouTube, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu que estenderá o "Auxílio Brasil" caso seja reeleito; disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes "continua" se houver reeleição; e citou a nomeação do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) para o Ministério da Justiça como um erro de sua gestão. Também admitiu que se equivocou ao fazer um comentário machista sobre a primeira-dama da França, Brigitte Macron, mulher do presidente Emmanuel Macron.
A transmissão durou 2h50 e foi recheada de piadas homofóbicas e gordofóbicas —estas últimas, em relação ao próprio apresentador, Rica Perrone. Por volta das 12h50, quase 450 mil pessoas estavam conectadas. As respostas mais polêmicas apareceram a partir da segunda hora da entrevista. Perto do fim da transmissão, Bolsonaro falou que rachadinha é "comum" na política e sobre a relação com ministros.
Bolsonaro admite "possíveis falhas". Antes do encerramento, Perrone perguntou ao presidente quais foram os erros de sua gestão, nos quatro anos em que esteve à frente da Presidência da República. Bolsonaro começou dizendo que enfrentou "imprevistos" como a pandemia de coronavírus, crise hídrica e a guerra entre a Ucrânia e a Rússia.
"Tivemos o imprevisto da pandemia, da seca, da guerra lá fora. Logicamente tudo pode ser melhorado. Não vejo erro, talvez possíveis falhas", afirmou.
No entanto, Bolsonaro admitiu que a negociação com o Congresso Nacional poderia "ter sido melhor", sobretudo dada sua experiência no parlamento por ter sido deputado federal por 28 anos. Disse que nomeou Ciro Nogueira (PP-PI) para chefiar a Casa Civil a fim de facilitar o diálogo com os deputados e os senadores. Para o presidente, o ministro anterior, Luiz Eduardo Ramos, embora seja "uma excelente pessoa, não tinha esse traquejo" político.
Quando botei o Ciro para ser ministro da Casa Civil melhorou bastante a conversa com o Parlamento. Ele é uma pessoa que tem dado conta do recado. O ministro anterior era uma excelente pessoa, mas não tinha esse traquejo, não sabia como funcionava o Parlamento. O erro talvez tenha sido não dar uma pitada a mais de política em um ou outro ministério."
Ciro é próximo do centrão e já indicou pessoas de confiança para cargos estratégicos —o chefe do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) foi seu chefe de gabinete. O dinheiro do fundo foi prometido a prefeitos indicados por dois pastores que não tinham vínculos com o governo federal —após denúncias de favorecimento, o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi exonerado e chegou a ser preso.
Erro do governo foi nomear Moro: Se em 2018 Jair Bolsonaro anunciou o ex-juiz Sergio Moro como o superministro de seu governo para conduzir a pasta da Justiça, agora o presidente diz se arrepender da escolha.
"Onde errei lá atrás foi quando botei o Moro, por exemplo, na Justiça. Ele não tinha essa liberdade e esse contato comigo. Cuidava da vida dele e mais nada, então apesar de ser técnico faltou esse contato e contar uma piada, ser mais chegado, alguma confidência, algum problema, não tive isso com o Moro", ponderou.
Por outro lado, Guedes "continua": Se Moro foi criticado, Guedes recebeu elogios —apesar de os dois terem vivenciado "momentos difíceis". Bolsonaro afirmou que Guedes "tomou gosto" pelo ofício" e faz um "excelente trabalho". Além disso, disse que o economista continua no cargo, caso haja reeleição.
Paulo Guedes continua sendo meu ministro ano que vem. Mais provas do que ele deu certo?"
De acordo com dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) Trimestral, divulgada recentemente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem 9,3% da população desempregada. A comparação é com o trimestre anterior (11,1%). Ainda segundo a Pnad Contínua, cerca de 2,985 milhões de brasileiros em situação de desemprego estão em busca de um trabalho há pelo menos dois anos.
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