Bolsonaro chama ato golpista de 7/9 do ano passado de evento 'democrático'
A quase três semanas da comemoração do bicentenário da Independência, o presidente Jair Bolsonaro (PL) exaltou hoje os atos políticos de apoio ao governo realizados no feriado de 7 de setembro do ano passado. À época, o governante convocou a militância para as manifestações nas ruas com o objetivo de contestar o sistema eleitoral e defender a aprovação da PEC do voto impresso —posteriormente derrotada no Congresso.
"Como tivemos, no ano passado, uma manifestação ordeira, democrática e com as cores verde e amarela. O povo de bem nas ruas. Mais do que falando em liberdade, em honestidade, patriotismo e, obviamente, amor à nossa pátria."
As comemorações da Independência em 2021, que se confundiram com uma série de atos pelo Brasil em favor de Bolsonaro e de sua gestão, foram o auge da guerra institucional entre o Executivo e o comando do Judiciário brasileiro. Na ocasião, o presidente chegou a chamar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de "canalha".
Com a ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB), Bolsonaro divulgou após o 7 de setembro uma carta na qual sinalizava um recuo e uma tentativa de trégua na relação com o Supremo. Apesar do gesto, o governante voltou a lançar ataques direcionados ao Judiciário e dúvidas infundadas em relação à confiabilidade da urna eletrônica.
A declaração de hoje ocorreu durante a inauguração de uma exposição no Palácio do Planalto com itens que remetem ao bicentenário da Independência. Bolsonaro compareceu ao evento ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
À distância, Bolsonaro foi indagado por jornalistas sobre a posse de Moraes à frente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que ocorrerá amanhã em Brasília. No entanto, manteve-se em silêncio. O presidente e candidato à reeleição ainda não confirmou presença na solenidade.
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