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Caminhão poderia causar a implosão do STF, diz Fux sobre 7/9 do ano passado

29.jun.2022 - O presidente do STF, ministro Luiz Fux, durante sessão plenária  - Nelson Jr./SCO/STF
29.jun.2022 - O presidente do STF, ministro Luiz Fux, durante sessão plenária Imagem: Nelson Jr./SCO/STF

Do UOL, em Brasília

21/08/2022 11h22

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, disse em entrevista ao jornal O Globo que o dia 7 de setembro de 2021 foi um dia difícil da sua gestão na Corte. Ele deixará o comando do Supremo no próximo dia 12 de setembro.

Fux relatou o receio de conter os manifestantes que ameaçavam invadir o STF e que um caminhão poderia implodir a sede. "Tínhamos informações de que a entrada de um caminhão no prédio do STF poderia causar a própria implosão da sede", afirmou o ministro ao jornal.

O magistrado contou que esperava que os manifestantes chegassem à Brasília no próprio dia 7 de setembro, mas eles desembarcaram na capital no dia 6. "Havia um número expressivo de pessoas, muitos caminhões. Havia veladamente uma informação de que tentariam chegar perto do Supremo. Um grupo radical falava em invadir o Supremo. Posso diagnosticar este como o momento mais delicado", relatou Fux.

Na ocasião, o ministro ressaltou o papel do batalhão de choque da Polícia Militar. "Estávamos com toda a nossa força de segurança, com as estratégias montadas. A minha responsabilidade foi muito grande. Já haviam me avisado que as Forças Armadas estariam de plantão para o caso de haver um conflito social", concluiu.

Neste ano, mais uma vez, o presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou apoiadores a fazer manifestações no dia 7 de setembro. Ele deve estar presente no ato no Rio de Janeiro. Ano passado, em São Paulo, Bolsonaro atacou o STF e xingou o ministro Alexandre de Moraes de "canalha".

Questionado sobre os atos deste ano, Fux afirmou que não há necessidade de aumentar a segurança.

"Mas, evidentemente, se houver uma repetição dos episódios do 7 de setembro de 2021, haverá um novo pronunciamento, e estamos muito preparados para esse dia. Agora, se houver manifestações orais ofensivas ao Supremo, estarei no dia 8 no plenário para defender o Poder Judiciário, as instituições brasileiras e a higidez da nossa democracia. A democracia brasileira está solidificada, e a soberania popular é algo que já está introjetado na mente do povo", disse.