Quem é Dario Messer, que estava na cola na mão de Bolsonaro no JN
O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou hoje do Jornal Nacional, da TV Globo, usando uma cola na palma da mão esquerda com os seguintes termos: "Nicarágua", "Argentina", "Colômbia" e "Dario Messer", também conhecido como "o doleiro dos doleiros".
Messer chegou a confessar à Operação Lava Jato do Rio, em delação, em junho de 2020, que cometeu crimes como lavagem de dinheiro, evasão e associação criminosa. Meses depois, no entanto, a Justiça Federal do Rio de Janeiro absolveu o doleiro.
Ele foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão e ao pagamento de multa no valor aproximado de R$ 2,1 milhões.
Messer foi preso em julho de 2019, após ter ficado foragido a partir de maio de 2018, quando teve prisão decretada pelo juiz Marcelo Bretas. À época, foi a delação de outros doleiros que resultou na operação "Câmbio, Desligo", que tinha o nome dele como o principal alvo.
Ele foi condenado por "ocultar e dissimular a origem, a natureza, a disposição, movimentação e propriedade de recursos em dólar no exterior, depositados, em decorrência de vendas por fora de pedras preciosas e semipreciosas".
Segundo a sentença, ele ocultou e dissimulou a origem, a natureza, a disposição, movimentação e propriedade de recursos em reais depositados no Brasil em favor de quatro garimpeiros.
Bolsonaro foi entrevistado pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos, na série de entrevistas da emissora com os candidatos ao Palácio do Planalto. As conversas ficarão disponíveis, na íntegra, no Globoplay e no Portal g1.
Acusações de Dario contra a Globo
Em delação ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro em 2020, o doleiro Dario Messer teria dito que, durante a década de 90, entregava "em várias ocasiões" quantias entre US$ 50 mil e US$ 300 mil a integrantes da família Marinho, revelou o site da revista Veja. À época, durante a edição do Jornal Nacional, a Globo negou as acusações.
Segundo o depoimento de Messer na ocasião, publicado pela revista Veja, essas entregas aconteciam duas ou três vezes ao mês, na sede da Rede Globo, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, e eram feitas por um funcionário de sua equipe. O dinheiro seria destinado a Irineu Roberto Marinho e José Roberto Marinho. O doleiro, no entanto, teria dito que nunca se encontrou com integrantes da família Marinho e não teria apresentado provas dos fatos.
"A respeito de notícias divulgadas sobre a delação de Dario Messer, esclarecemos que Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho não têm e nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior. Da mesma forma, nunca realizaram operações não declaradas às autoridades brasileiras", diz a nota da família Marinho, lida ao vivo pelo apresentador William Bonner.
Segundo a reportagem de Veja, Messer contou ter começado a fazer negócios com os Marinho por intermédio de Celso Barizon, supostamente gerente da conta da família no banco Safra de Nova York.
O presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores atacam a emissora com frequência e pode ser que a "cola" usada na mão com o nome de Dario seria uma forma de lembrá-lo de criticar a Globo.
Leilões e coleções de arte
Em novembro de 2021, vários imóveis do doleiro foram vendidos em um leilão por R$ 12,9 milhões. Foram leiloados sete apartamentos, uma casa e um terreno, avaliados em R$ 11,7 milhões.
O imóvel mais caro anunciado foi um terreno com área útil de 4.319,14 m² na Barra da Tijuca, e arrematado por R$ 4.215.000,00. Em segundo lugar ficou uma casa de 350 m², na Lagoa, foi comprada por R$ 2.625.000,00.
O leilão eletrônico realizado em novembro foi autorizado pelo juiz federal Marcelo Bretas.
Em 2020, parte da coleção de artes de Messer foi doada ao Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. O acervo tinha o valor estimado em R$ 10 milhões.
*Com Agência Brasil
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