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'Bolsonaro sequestrou 7 de Setembro', diz Dilma em mensagem ao Senado; leia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) - Adriano Machado/Reuters e Reprodução/Instagram
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) Imagem: Adriano Machado/Reuters e Reprodução/Instagram

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

08/09/2022 13h08

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) disse hoje, em mensagem enviada ao presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "sequestrou" a comemoração de 7 de Setembro em benefício da própria reeleição ao Palácio do Planalto.

"Que a sociedade acorde e reaja antes que o império do arbítrio recaia sobre o Brasil e faça terra arrasada do Estado democrático de direito", disse Dilma. "Que as autoridades institucionais reajam a mais essa afronta do Presidente da República, que continua a golpear diuturnamente o Judiciário e o Legislativo, em nome de um projeto de poder autoritário."

A ex-presidente enviou mensagem para explicar que não compareceria a uma sessão comemorativa ao bicentenário da Independência do Brasil, realizada com a participação de congressistas nesta quinta-feira (8).

"Quero pedir desculpas por não poder comparecer ao evento neste 8 de Setembro, por ocasião da solenidade em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil, que o Senado gentilmente me convidou. Compromissos prévios me impedem de deslocar-me a Brasília, e sinto-me compelida a deixar uma mensagem a esta importante Casa da República", disse a petista.

A manifestação de Dilma ocorre um dia depois de o mandatário ser acusado pela oposição de usar a estrutura militar dos atos de 7 de Setembro de forma inconstitucional. Procurado pelo UOL, a equipe de campanha de Jair Bolsonaro não quis se manifestar.

O que disse Dilma

"O Feriado Nacional de 7 de Setembro é uma data de orgulho e celebração histórica do nosso povo e a formação da nossa Nação. Este ano, as comemorações tiveram uma característica única, que marca de maneira indelével e vergonhosa o calendário.

Desafortunadamente, o Brasil assistiu ao chefe de Estado sequestrar a data histórica que é de todo o povo em benefício de sua própria candidatura eleitoral, desafiando as leis e ignorando o rito sagrado da função institucional de quem está no comando do País. É grave o que assistimos ontem. Uma afronta à democracia, um desrespeito aos brasileiros. Mas, ainda é pior. A Autoridade Máxima da Nação fez isso de maneira desabrida e sem compromisso com o Estado Democrático de Direito, que jurou honrar e respeitar ao ser empossado presidente da República.

Que as autoridades institucionais reajam a mais essa afronta do Presidente da República, que continua a golpear diuturnamente o Judiciário e o Legislativo, em nome de um projeto de poder autoritário e profundamente desvinculado dos anseios do nosso povo. Que a sociedade acorde e reaja antes que o império do arbítrio recaia sobre o Brasil e faça terra arrasada do estado democrático de direito.

Que o Senado da República, que já foi palco de grandes momentos, mas também de atos de injustiça, alguns bem recentes em nossa história, desta vez permaneça atento e não nos falte neste momento decisivo, quando entramos na reta final da campanha eleitoral que culminará na eleição geral de 2 de outubro de 2022."