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Ex-Bope: Camaradagem entre Jefferson e policial é imagem vergonhosa para PF

Colaboração para o UOL, em São Paulo

24/10/2022 13h19

O ex-capitão do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) Rodrigo Pimentel condenou a atitude de um agente da Polícia Federal que foi filmado em tom de "camaradagem" com Roberto Jefferson (PTB) após o ex-deputado atacar policiais federais com tiros de fuzil e granada. Para Pimentel, a imagem é uma vergonha para a Polícia Federal.

"Quem atira em policial é bandido e deve ser tratado como bandido. Acho vergonhoso para a Polícia Federal ver uma imagem dessa e o tratamento dispensado ao Roberto Jefferson por um agente da Polícia Federal", disse durante entrevista no UOL News.

Pimentel ainda afirmou que, no momento em que as imagens foram feitas, o ex-deputado já estava rendido, não se tratava, portanto, de um procedimento de negociação. "Jefferson já deveria estar imobilizado e algemado. Não vi razão para esse tipo de comunicação e camaradagem, parece coisa de amigos. É lamentável ver essas imagens depois que o presidente Bolsonaro já tinha dito que quem atira em policial é bandido".

O ex-capitão do Bope ainda explicou os procedimentos adotados pelas forças de segurança pública nesses casos, reforçando que no momento das filmagens Roberto Jefferson já deveria estar algemado pelos policiais federais.

"A negociação já estava encerrada. Começa com isolamento, cerco de contenção, aí depois chama o policial para iniciar um processo de negociação que pode ser tácito ou real. Você pode evoluir para invasão tática e uso de agentes químicos, mas essa etapa que estamos vendo já tinha vários agentes federais nesse ambiente. Ele já estava preso e recebido voz de prisão certamente. Ele deveria estar algemado", finalizou.

Ex-Bope: Jefferson prova que tentou matar policiais ao dizer que usou mira

"Isso comprova uma tentativa de homicídio, ele deixa claro que é uma tentativa de homicídio", disse o ex-capitão do Bope sobre Roberto Jefferson ter confessado que mirou em policiais.

Pimentel também falou sobre a habilidade do ex-deputado ao manusear o fuzil e atirar contra os policiais. Para ele, isso corrobora a tese que de o ex-deputado teria agido para matar os policiais.

"Você percebe que os tiros do para-brisa da viatura da Polícia Federal estavam agrupados, isso é um tiro com muita destreza. Toda vez que você atira, o cano da arma sobe um pouquinho, então quando você mantém o tiro muito concentrado é um sinal de destreza do atirador. Isso é uma prova que sim, Roberto Jefferson tentou matar os policiais federais".

Perito: Mesmo CAC, Jefferson não poderia ter arma nem granada estando preso

"Evidentemente não há direito do preso em prisão domiciliar ter acesso a ferramentas de comunicação, a fazer uso de redes sociais e muito menos de ter armamento na sua residência. Não só existe a vedação de ter armamento por si só, como até sob a análise de legislações que permitem que um colecionador ou atirador esportivo venha a poder ter algum tipo de arma. Mesmo nessas condições de um CAC, não há permissões para que se tenha uma granada ativa", disse o perito Marcos Camargo, presidente da APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais).

Ele ainda afirmou que a prisão domiciliar segue o mesmo modelo de uma prisão convencional e possui as mesmas limitações, a não ser pelo fato de poder ficar em casa por alguma circunstância excepcional. Para o perito, houve alguma falha na fiscalização feita na casa do ex-deputado.

"Em princípio, quando há a concessão da prisão domiciliar, há uma varredura para justamente não dar acesso a esse tipo de informação. Então houve algum problema na varredura que não detectou isso ou alguém posteriormente trouxe esse material para a casa dele".

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